"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre".
Cecília Meireles
terça-feira, 30 de setembro de 2008
ALCIONE - MEU VÍCIO É VOCÊ
domingo, 28 de setembro de 2008
Colcha de retalhos...

Amo o esquilinho da Era do gelo, ele é persistente, nunca conheci outro igual, ele é mesmo teimoso! Na verdade ele me irrita, gostaria de convencê-lo a desistir daquela noz.
Amigos, na verdade o meu caso nem mesmo Freud explica, tenho certeza que complicaria sua carreira de grande psicanalista.
Todos nós temos nossos cinco minutos diários de burrice, o segredo é não ultrapassá-los e aprender a respeitar este tempo. Hum, tenho tido problemas com o meu cupido e penso que ele me deva desculpas, muitas desculpas! E fica aqui a promessa: se eu sair dessa “Nunca Mais”, só se for na Terra do nunca. Vou formatar meu coração, deixa só eu me levantar... O pior é que nem consigo afogar as mágoas porque elas sabem nadar e não consigo criar juízo por não saber o que ele come.
Tenho que contar: Já fiz coisas inacreditáveis!
Olha só... Ah deixa para lá.
Você não iria acreditar mesmo...
TRAVESSIA - MILTON NASCIMENTO
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram...
Drummond
A lua e eu - ainda 27 de Setembro
Passaram-se 12 anos e não encontrei as respostas...
O concreto e real é que você partiu, levando na bagagem: minha juventude, sonhos, sorrisos, castelos, a vontade de brincar, levou a menina, as certezas e minhas verdades.
Você se foi antes do vento soprar, da noite chegar e do amor acabar.
Partiu como um dia que se esvai.
Como um sonho que perdemos ao despertar.
Como o tempo que não volta atrás.
Cataloguei as cicatrizes.
Fiz gaivota dos sonhos.
Acostumei com o desconcerto e a inquietude.
O que restou de nós, está na presença deste sonho desfeito e nas vidas que concebemos.
sábado, 27 de setembro de 2008
27 de setembro de 1924 - "Nascia Tiloca".


... Antes de desejar algo, preciso agradecer por tudo que me ensinou.
Aprendi contigo pequena grande Tiloca, a olhar para a vida com olhos mais generosos e a conviver com minha solidão.
Nossa história de amor começou numa manhã de primavera, e a partir daquele dia eu nunca mais seria à mesma.
Final de Setembro de 2004 estava cursando enfermagem e desenvolvia uma pesquisa de conhecimento da patologia hanseníase e para entender a patologia precisava conhecer o paciente. Fui então visitar a Colônia de Santa Teresa, que fora inaugurada em 11 de março de 1940, exclusivamente para internação de portadores de hanseníase, de todo Estado de Santa Catarina. Soube que ainda estavam por lá seus primeiros internos.
A Colônia fica em um lugar privilegiado pela natureza. Na estrada somos acompanhados pelas plantações de Eucalipto como a preparar nosso coração para adentrar em outro mundo. Lá onde nasce um rio nas entranhas dos arvoredos. Surge como um fio de esperança, por onde tantos internos mergulharam em fuga, retornando humilhados porque haviam fugido sem saber para onde, lá fora no mundo de cá, não havia ninguém e nada a sua espera: nem mesmo vida.
Quando alcancei os portões da colônia, meus olhos percorreram aquelas construções, cheguei mesmo a vacilar os passos, duvidei se conseguiria ir adiante, era um silêncio atordoante. O dia estava belo como costumam ser as manhãs primaveris, mas um frio percorria minha espinha e já não sabia se estava pronta para adentrar em tamanha solidão e silêncio.
Meus pensamentos estavam em desordem, olhava para aqueles portões e tinha conhecimento de que por muitos longos anos ficaram fechados e abrigaram tamanha crueldade e sofrimento. Eu questionava: Encontraria vida lá dentro? Que tipo de vida? Como sairia de lá?
Um olhar mais atento e percebi os jardins, livrando-me dos ruídos internos, pude ouvir o canto dos pássaros e esta visão encorajou-me a seguir em frente.
O cenário seria lindo e perfeito se não fosse tão triste, mas aquele silêncio agudo não devolvia paz. Caminhava por aquela mini cidade, até que... Como explicar? Meus olhos alcançaram uma criaturinha pequenina em frente à porta da casa 12. Fiquei presa dentro daquele olhar e meu coração aos saltos anunciava que naquele instante de espaço e tempo iniciava-se uma linda história de amor, que viria surpreender a todos, inclusive a nós duas. Ela dividiu comigo sua história e passou a esperar-me nas tardes de sábado para comer cuca feita por suas mãos e saborear um café.
Um dia Tiloca falou que em mim morava a solidão dos leprosos. Não compreendi e ela levou algumas semanas para explicar-me. E quando explicou fora a primeira vez que chorei diante de minha guerreira. A solidão dos leprosos é a solidão das almas incompreendidas. Pude ver isso dentro de seus olhos no primeiro instante em que lhe vi, enorme é a sua inquietude.
Tiloca contraiu a hanseníase (LEPRA) ainda criança.
Queria ir à escola, mas, era isolada e quando estendia sua mãozinha para a professora, esta se negava a segurar. Tinha apenas sete anos, ouvia as tias falarem: esta menina é leprosa. Vai morrer.
Foi para aquela colônia aos 22 anos.
Eram cassados naquela época pela vigilância sanitária, como cachorros: a ambulância chegava, os obrigava a entrar, levavam até aos portões da colônia, mandavam descer e diziam: vão morrer ai dentro. Saiam.
E assim, sem escolhas, eram jogados lá dentro, sem direito a nada, nenhum contato com o mundo lá fora. Aliás, lá fora ficava tudo, a juventude, a família, os sonhos, a dignidade, o copo na pia, a marca do corpo em seu colchão, a vida. Entravam naquele lugar pra morrer. Entretanto, Tiloca não morreu, aprendeu a arte da costura, amou,casou, teve filhos, escreveu sua história em um mundo muito particular. Sobreviveu a dor de ver pedaços de seu corpo morrer e cair, a perda dos filhos, os seios latejantes sem poder amamentar, a perda de seu amor pela viuvez, à solidão dos leprosos.
Parabéns, Tiloca, por ser tão boa filha deste nosso Deus, por ser tão guerreira, por todos os ensinamentos, e por tanta doçura.
Deixo aqui meu agradecimento de alma, por me deixar fazer parte de sua vida, e por amenizar minha solidão leprosa.
Eu a amo muito e talvez isso diga algo.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Palpite, Vanessa Rangel
"Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira."
Cecília Meireles
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Meu escritor Daniel de Sá.

Sem grades nas janelas e sem aço
E que nos aconchegue em cada abraço
Sem nunca ser abraço de ter de ir."
(Daniel de Sá)
- Digo ilha,
e sou poeta.
Eu afirmo:
Também sou ilha
E sou poeta.
O poema
a encurtar a distância
das ilhas.
O mar
Com largos braços
No seu abraço
A nos ilhar
Nos impõe distância
E saudades.
Poeta,
É a mesma que a minha.
Ilha
Que abriga lendas
Mistérios,
Princesas
Pastores,
Hortênsias
Orquídeas
E borboletas azuis.
Aqui estou
A construir a ponte
Acariciando o basalto
Que encobriu
Safiras e esmeraldas.
Alço vôo
Nas asas da gaivota
Rasgo a bruma
No alto da colina
Que circundam a ilha.
Volto
Piso em solo açoriano
E lhe digo:
Doce poeta
Agora sou
Meu próprio sonho.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
MPB4 - Por quem Merece Amor
Uma noite com o meu amor
Por uma noite
Preciso crer que és meu eleito.
Preciso amar-te
Como se não fosse amanhecer.
Tudo acontece na rapidez de um sonho.
Teu corpo
Extensão do meu.
Invades minha solidão
Passeias em meu corpo
Decoras meus traços
Absorve-me
Prende-me
Alucina-me.
Surges de um tempo onde te ocultastes
Revivo
Embriago-me com tua presença
Sonho com nossos passos juntos
Mãos dadas
Atravessando a madrugada
Entrelaçando sonhos
Tecendo planos
Amando-te
Até que o dia amanheça...
Cristina Vianna
sabiá - nossa alma trio
"A beleza do canto de meu sabiá, que dedico a alguém muito,muito especial,e único, como o canto desta sabiá nesta derradeira manhã de inverno,o canto me pareceu ainda mais bonito esta manhã".
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor talvez
Possa espantar as noites
Que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Eu não sou mais triste
E que a nova vida
Já vai chegar
E que a solidão
Vai se acabar.
domingo, 21 de setembro de 2008
AVE MARIA - FAFA DE BELÉM
Minha mãe... Tão minha que vive em mim, e não posso abraçar. Sempre abençoei os cinco sentidos, e por tanto aguçá-los, hoje aos domingos, são os que mais sentem sua falta, é minha verdadeira agonia. Vão-se quatro meses e ainda não sei o que fazer aos domingos sem ter você.
A vida mais parece agora um tabuleiro de xadrez, onde aos poucos perdemos as torres, vão embora os guerreiros piões, fracassam os bispos, lutam bravamente os cavalos, a rodopiar pelas casas, e perde-se a rainha, pobre rei! Pobre coração! Está em xeque.
O tempo corre não sei para onde, o que sei, é que não me leva para tão longe onde minha dor possa aquietar nem tão perto onde eu pudesse te tocar. O tempo não me devolve o seu cheiro na hora do abraço, os olhos que eu tanto busquei sua presença que eu tanto amava, ele marca o tempo da ausência, ele marca a distância que nos separa daquele último olhar, o derradeiro, onde eu não suspeitava que não voltasse a ver aquele brilho, porque a passagem estava comprada e eu não sabia que partirias sem aviso, ou um sinal, partistes e eu mergulhei na incerteza se partiria também, ou guardaria esta saudade que é a maior que a vida tem.
sábado, 20 de setembro de 2008
girafa areia movediça
Thaís eis aqui sua girafinha,promessa realizada ok? O outro não deu ,muito triste, e até agora não consigo aceitar os oitenta, sempre acho que poderia ser quarenta, porque o autor não pensou nisso? Hum...acabou de cair a ficha ,acho que ele estava no quarto estágio da girafinha.
Tenho certeza que hoje serás a fada mais linda desta festa.
Te amo fadinha oriental.
Cariocas - Adriana Calcanhoto.
Olha só, ser carioca é isso, todo carioca começa uma frase assim: Olha só... Então, também puxam no R., e o S. têm o som de x, e quando estão perto de um paulista, fazem isso com mais vontade, e também enchem a pizza de catchup e mostarda.
Cariocas fazem festa quando o inverno esta acabando, festa com bolo e docinhos e um chopinho para variar, mesmo que esteja no sul e não tenha convidados, consegui fazer a festa sozinho, em termos, precisa de um PC, uma Web Can, uma cerveja, e um amigo do outro lado, esta perfeita, carioca sempre dá um jeito, para não ficar triste.
Apaixonam-se por a, b e c, enfim, são os planos para nunca estar só, um tem que dar certo, é uma equação, assim como a depressão do carioca no inverno, principalmente se estiver no sul e nenhum carioca a seu lado para "bebemorar" sua tristeza.
Cariocas e vinho deveriam sempre estar distantes, nunca dá certo esta combinação, após a segunda taça, já estará chamando o anfitrião de papai, ou meu irmão, vai apertar, abraçar, beijar, enfim, cariocas são carentes,nascem carentes, e o vinho faz algo com seus neurônios que é quase inexplicável. Cariocas amam, amam muito, e quase morrem de amor, se não fosse uma boa balada, um samba com letra de "C" bom, "gente traída", e um amanhecer na praia, penso mesmo que morreriam de amor. Mas, como para todo bom carioca tudo nesta vida tem jeito... cariocas gostam de beijo na boca, feijoada, samba no pé e muitas risadas. Para um carioca basta saúde e amor, o resto corre atrás.
Um bom carioca torce pela Mangueira, chora no Show da marrom “Alcione", conhece o bar do Oswaldo, sofre pelo Botafogo, ama carnaval, vai à praia no fim da tarde para aplaudir o por do sol, adoram gente, são alegres e divertidos a maior parte do tempo e quando estão tristes escondem-se, tem sempre uma boa história alegre para contar, ainda que seja em velórios. São parceiros, bebem mate leão na praia, e comem biscoito globo. Andam no calçadão pulando ... preto, ou branco, são as pedras... Quando ficam deprimidos vão ao calçadão sentar no banco com Drummond,e contam suas mágoas,e chegam mesmo a dizer que o viram sorrir.
Cariocas são assim... não tem jeito,ainda que não esteja em sua cidade, sempre lê os jornais, e acompanha as programações de lazer.Precisa estar atualizado.
Penso que os cariocas, devam estar em festa, afinal estamos na reta de largada para a primavera, e espera ai... acho que escutei meu nome...Olha só, os convidados estão chegando...
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Djavan Pétala - Ao vivo Disco 2
"...Queixo-me as rosas,mas que bobagem!As rosas não falam,apenas exalam o perfume que roubam de ti."(Cartola)
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
A menina e o mendigo...

O amigo a sua espera, como todos os dias, fuma seu cigarro, e parece distante, muito distante, tem os olhos perdidos em algum sonho.
- Olá, fugi mais cedo hoje, a casa está cheia, estão brigando, não notarão que escapei.
- E porque estão brigando?
- Sei lá, os adultos comuns sempre fazem estes risquinhos na testa, estão sempre nervosos, e apressados.
- E o que mais a separa dos adultos?
- Você é um mendigo adulto ou criança?
- O que achas?
- Perguntei primeiro.
- Preciso saber como me enxergas, não importa como eu me veja, e sim, como me enxergas, ou pensas eu ser. Quando me crias, passo a existir na forma do seu olhar, e ser exatamente como me vês, ou me sentis.
- Então podemos brincar de ser. Acho que você é um mendigo criança, com tamanho de adulto, mas, não um adulto comum, porque não ficas distante, mesmo sendo grande e eu pequena.
- Por quê? Não faço risquinhos na testa?
- Não é só por isso. Os adultos falam bravos para nos colocar medo, eu já percebi, que quanto mais eles têm medo, mais eles gritam, e então eu finjo que estou com medo, para diminuir o medo deles, e ficam felizes por demonstrarem poder. Você não grita, e não precisa provar que tem nada, mora na rua, tem o mundo todo só para si, tem o céu, as estrelas, e a lua. Esses adultos, os comuns, brincaram pouco de faz de conta e esqueceram o caminho de sonhar. Eles também não sabem o que fazer com a casca da banana, e nós sabemos o quanto são importantes, e valiosas em nosso jogo de amarelinha, o quanto nos ajuda a alcançar o céu, não é? Mesmo que um dia sejas um mendigo adulto, nunca serás como eles, os que fazem risquinhos.
- Você também é uma criança diferente. Não tem medo das minhas roupas sujas, da minha casa sem paredes, olha dentro dos meus olhos. E nunca importa-se que eu tenha um nome diferente a cada dia.
- Por que eu teria medo? Tens um cachorro. E é bom saber que tem um monte de gente dentro de si, por isso tantos nomes, não vejo suas roupas, bem que gostaria de encontrá-lo de banho tomado, com o cheiro um pouco melhor, só um pouco, não que isso seja importante para a nossa amizade... Toby volta! Olha o carro!
-Ele só esta tentando chamar nossa atenção.
- Trouxe duas balas, uma é minha, a outra é sua, e se dermos um pedacinho para o Toby de cada bala, vai pensar que ganhou duas. Acho que ele esta partilhando a idéia comigo.O que vamos fazer hoje?
- Vamos achar a lâmpada mágica.
- Oba! Vou achar bem rápido a minha.
- Não, tem que ser a mesma.A nossa lâmpada mágica.
- Por quê?
- Para ser o mesmo gênio a nos conceder os desejos.
- Gênios são iguais.
- São diferentes, podes acreditar no que lhe afirmo.
- Se são gênios e estão numa lâmpada mágica, o que tem de diferença?
- A essência. Esse é o maior segredo da vida, é ela quem desenha as sutis diferenças. Vou dar-lhe um exemplo: O que vais pedir ao soltar o gênio da lâmpada?
- Um barco, um grande e lindo barco!
- Boa! Um dos gênios pode lhe dar um lindo barco com fios dourados a alinhavar os contornos, e o outro...
- Também me daria o mesmo barco, eu poderia descrevê-lo como desejasse.
- Sim, mais cada gênio daria um contorno diferente, ainda que fosse dourado, e os barcos tão parecidos não seriam os mesmos... Um desses barcos poderia também , algumas vezes voar, dependeria dos devaneios de cada gênio.
- Um barco que não afunda nunca, e que voa?
- Isso mesmo, esse gênio sairia de dentro da lâmpada, como a saltar do seu coração.
- E o outro, poderia sair da lâmpada, como a pular de sua razão, os barcos não voam minha pequena.
- Entendi, vamos dividir nossa lâmpada, e escolher os que voam, assim vamos estar no mesmo barco e podemos levar o Toby.
- Como é o nosso gênio?
- Ele é divertido, sorridente, barrigudo, e bonzinho.
- Barrigudo?
- Sim, precisa ser barrigudo para ser sorridente, acho que as pessoas barrigudas comem tudo o que sente vontade, daí ficam contentes.
- Esta de bom tamanho esta explicação, e esse gênio. E para onde vamos?
- Vamos viajar pelo mundo inteiro, para qualquer lugar, desde que, à noite tenhamos muitos vaga lumes para nos distrair, e que possamos carregar dentro do barco todas as coisas boas que conhecemos e as que sonhamos conhecer, e então, vamos sair por todos os cantos, entregando para as pessoas grandes e pequenas, o máximo de pessoas que pudermos encontrar. Nunca vou esquecer os desenhos que fazes com a fumaça do cigarro... Ah, eu também gostaria de encontrar o rei que mora dentro do mar, e que ele nos levasse, de mãos dadas, até pisarmos no chão do mar, porque deve ser silencioso, as pessoas não podem gritar, entraria água pela boca, não sei como elas fazem quando estão com medo, ou será que não existe medo no fundo do mar? E o que desejaria que o gênio fizesse por si?
- Não é muito simples o meu desejo.
- Tem que ser simples, senão vais fazer o gênio crescer, e daí ele ficará chato. Hum... Acho que a bala grudou nos dentes do Toby, ele está engraçado. O que vais pedir para o gênio barrigudo?
- Vou desejar que ainda que passem muitos anos, essa menininha que hoje navega no barco comigo, nunca cresça, que a vida não coloque seu coração em molduras, e que sempre que o caminho se fizer mais difícil, encontre o barco com fios dourados, que voa e nunca afunda, e que consiga sempre ir lá ao chão do mar onde mora o silêncio e não há medo...
- Tenho que ir, antes que descubram que não estou em casa. Até amanhã, se achar a lâmpada, espere-me para esfregar, esta bem?
- Até amanhã querida. Eu a esperarei.
- Tchau Toby. Vou pedir ao gênio para eliminar suas pulgas.
Saiu correndo como a fugir da chuva, sonha que vão sentir sua falta, pensa que não a conhecemos... Sempre faz isso quando não pode conter o choro... Eliminar as pulgas?
Crônica do Amor

Poema para uma criança curiosa.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
A voz do meu coração...
"Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.
Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo."
Natália Correia
Sonho de Ícaro ( Biafra )
"...Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Clarice Lispector
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Anjo,um tributo a nossa história...




Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Eu e você sempre
Tudo começou assim:"Procura-se um anjo,ele tem que ser bom, honesto,sincero,saber sorrir,dançar,cantar,gostar de mar, de terra,de bichos, da vida,tem que amar livros,e músicas, gostar de viajar,Ah,tem que amar crianças e cães.
"E que acredite que um amor seja infinito,podendo se acaso algo der errado amar-me como amigo"
O Cruzeiro - 10 de novembro de 1928


A diferença entre a vida de então e a dos anteriores é alguma coisa como a diferença hoje existente entre a vida das grandes cidades e a do campo. O ambiente é outro. Outra é a organização da vida. Cada vez o homem se afasta mais da Natureza. Primeiro, liberta-se do dia e da noite. A luz artifical permitte-lhe a vida nocturna absolutamente igual á do dia; a luz solar não é mais reguladora dos habitos quotidianos. A vida em grandes aglomerações vae, aos poucos, deixando em todos os habitos a sua marca. As facilidades aumentam para tudo e os multiplos actos da vida se vão, lentamente mas constantemente, adaptando á nova ordem das coisas. O tempo se distribue de outro modo, e os affazeres são outros. Outros são, tambem, os divertimentos. Insensivelmente, as differenças se vão accentuando.
As viagens e os proprios passeios diminuiram muito, desde que, sem sair de casa, pode-se ver o que ha em qualquer parte da Terra: a televisão, juntada á telephonia, modificou radicalmente os habitos. Não ha necessidade de sair para fazer compras: vê-se, escolhe-se, encommenda-se tudo pelo telephone-televisor automatico. Não ha mais necessidade de viajar, para ver terras longinquas: é só ligar o receptor, e visita-se, commodamente, qualquer museu, ou qualquer paiz. Sómente os objectos devem ser transportados.
Na era da electricidade o rei dos metaes é o aluminio, retirado das argilas pela energia electrica. O aluminio supplantou, com as suas ligas, o ferro, pesado demais e facilmente oxydavel, e ainda substitui o papel, tão facilmente deterioravel. De aluminio são os livros. É em folhas de aluminio que se escreve.
A era da electricidade se caracteriza, essencialmente, pelo emprego da electricidade em todas as formas de energia. Energia luminosa: tudo se iluminna electricamente. Energia chimica: tudo deriva da electricidade. Energia thermica: tudo se aquece ou se resfria pela electricidade. Energia mecanica: tudo se movimenta pela electricidade.
Servindo para tudo, a energia electrica passa a ser a nova moeda. O ouro e as suas representações são formas obsoletas de medir valores. A moeda, no anno 2000, é, tambem, a energia electrica. Pagam-se as compras em kilowatts. Paga-se o trabalho en kilowatts.
A revolução trazida é principalmente nos habitos. Continúa a haver desigualdades sociaes. Ha ricos, possuidores de milhões de killowatts-horas, remediados, que têm alguns milhares de unidades de energia; e pobres, que dispõem apenas de algumas unidades. É verdade que não ha mais fome, desde a adopção do trabalho obrigatorio minimo, nas usinas distribuidoras de energia. Mas as questões sociaes continuam.
Muitos pretendem estender o dominio da actividade industrial do Estado. Parece-lhes insufficiente o monopolio governamental das usinas geradoras e distribuidoras de energia. Começou a questão a proposito da regularização do clima. Uma vez reservada para o Estado a faculdade de provocar as chuvas pela energia irradiada ás nuvens, determinando-lhes a condensação, pareceu a muitos que se deveriam ampliar ainda mais as horas de trabalho obrigatorio minimo, servir-se-ia melhor a colectividade minima do trabalho. Só haveria vantagens nisso.
Objectam, porém, alguns ser o caso das usinas de energia, evidentemente, especial. Da mesma forma, o da distribuição das chuvas, vantajosamente affecto ás autoridades, para beneficio geral. A Repartição das Chuvas, dispondo de todo o serviço official de estatistica, e em connexão com os demais repartições do Ministerio da Agricultura, é uma organização que se resolveu dever ser do Estado. Ampliar, porém, ainda mais os serviços governamentaes, numa socialização progressiva de todas as actividades, não merece as sympathias de um grupo numeroso. Já todos os homens e todas as mulheres, maiores de 18 annos, são obrigados a um serviço diario de 2 horas. Breve serão 3 horas. Onde se irá para nesse caminho? Invocam-se contra as idéias de socialização os velhos principios da liberdade individual. A questão está, assim, longe de ser resolvida
. . . . .
Sonho? - Sim. Mas o sonho de hoje poderá ser, amanhã, realidade. Sabe-se lá até onde nos levará a evolução que hoje se processa tão acceleradamente? Como será a vida no anno 2000?
Marisa Monte - De Mais Ninguém
"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. " [ Clarice Lispector]
Maduros

Dois cálices, vinho
À noite esta solta
Teu aroma invade meu ninho,
Teu olhar me açoita,
Teu vulto se anuncia
tomando todo o espaço.
Tua boca meu nome pronuncia...
Estremeço,
em amor me desfaço.
Se soubesses querido
quanto te esperei,
quanto te sonhei
antes muito antes,
terias chegado.
já é madrugada,
o vinho macerado,
muito melhor, envelhecido
de sabor mais apurado.
Entra
já não sou a mesma amante
apenas dela
a essência existe
como a do vinho no tempo.
Abertos estão meus braços,
vem descansar no meu regaço,
alivia teu cansaço,
a caminhada esta chegando ao fim.
o vinho esta servido
apesar de o tempo ter passado
nunca como antes por mim,
FOSTES, TÃO AMADO!
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Viva o mestre Rubem Alves.

"Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel."
domingo, 14 de setembro de 2008
Viver e não ter vergonha de ser feliz

sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Teu Sonho Não Acabou - Taiguara
Filho, agora que descobri que visitas Pasárgada.
Deixo aqui nossa canção.Eu a cantei bem baixinho quando te segurei em meus braços a primeira vez.E você parecia compreender, e parou de chorar para ouvir.Nosso momento mágico.E venho aqui validar a canção mais uma vez.
Ah, tem mais uma coisa, um recado do Quintana:
"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..."
E um outro de Sartre:
"Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem."
Eu nem sonhava te amar desse jeito...
Serenata
Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.
Cecília Meirelles
Marisa Monte - Gentileza
Gentileza perdeu toda sua família numa tragédia em Niterói no Rio de janeiro, quando num domingo atearam fogo no circo onde foram sacrificadas muitas vidas.
Gentileza, largou tudo e passou a caminhar pelas ruas e a escrever poemas e mensagens nos muros.
Na minha infância eu morava bem próximo ao viaduto deste video, que fica em frente a Rodoviária do Rio de Janeiro, e costumava ler as mensagens de Gentileza.
Quando ele faleceu, pintaram o viaduto, e houve um protesto e eu estava lá na defesa das palavras de Gentileza.
Gentileza fez sua dor escorrer em cada flor que oferecia a um desconhecido e em palavras de amor e ânimo , era o seu jeito de dar Bom dia.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Lara Fabian - Love by Grace - Legendado PT (BR)
Resposta ao poema...
Pequenas adaptações.
Eu me lembro da chuva naquela noite
E de todas as coisas que eu quis dizer
As palavras que saiam sem sentido que vem do nada sem avisos
Aquilo roubou o momento e me mandou pra longe
E você ficou ali parado ao meu lado.
E eu imaginando se eu algum dia voltaria
Queria mesmo gritar que eu não vim aqui para deixar você
Eu não vim aqui para perder
Eu não vim aqui acreditando que eu ficaria longe de você
Eu não vim aqui para descobrir que
Há uma fraqueza em minha fé
Eu fui trazida aqui pelo poder do amor
A graça do amor
E eu me lembro de que a estrada não tinha fim
E eu não conseguia fazer aquele carro retornar
E fiquei ali olhando voc~e partir, tanta distância entre nós e o carro conduzia meu tesouro para bem longe dos meus olhos
Chorei na cabine telefônica quando não me pedistes para ficar
Eu disse que eu não vim aqui para deixar você
Eu não vim aqui para perder
Eu não vim aqui acreditando que eu ficaria longe de você
Eu não vim aqui para descobrir que
Há uma fraqueza em minha fé
Eu fui trazida aqui pelo poder do amor
A graça do amor
Aquele foi apenas um momento na vida
E um que nunca esquecerei
Nunca deixarei para trás
Pois quando houver dúvidas
Você vai lembrar de que eu disse
Eu nao vim aqui acreditando que eu ficaria longe de você
Eu não vim para descobri que
Há uma fraqueza em minha fe
Eu fui trazida aqui pelo poder do amor
Eu fui trazida aqui pelo poder do amor
A graça do amor
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Daniel de Sá

Não queiras partir
Não podes, não, partir. Ainda é cedo.
Tu fazes falta à vida, e não mereces.
Pois por cada manhã em que amanheces
Muitas noites apaga esse olhar ledo.
Não queiras, não, partir. Não te concedo
Ser livre desse modo.
Não te apresses,que a vida se esmorece, se esmoreces,
E as trevas são mais trevas, são mais medo.
Ó minha libelinha fugidia,
Meu sabiá de quando me sorriste
Sem eu saber sequer quem me sorria:
Por mais claro esse dia, será trevas;
Por mais belo que seja, será triste;
E um pedaço de mim tu também levas.
Daniel de Sá.
Querido Daniel, desejo que compreendas o atrevimento, é muito mais que sonhei tê-lo em Pasárgada. Os meus amigos sabem o quanto o admiro, e o amo. Apenas Deus, pode explicar.
E por este ser um cantinho de amor e sonhos, quero que aqueles que amo possam ter um pouco de ti.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Meus filhos






Nossas aventuras

Meus filhos
Quero ser exemplo
Não de perfeição
Coerência
Comportamento
Normalidade.
Quero ser exemplo
De originalidade e
Amor.
Creio em vocês
meus filhos
Creio que germinarão
Minhas sementes
Farão brotar ao nosso redor e
Até onde a vista não alcança
Um mundo melhor.
Quero que amem a liberdade
Repudiem a mediocridade
E arranquem a felicidade
Por detrás das cortinas
E padrões.
Quero ser um bom exemplo
e só conheço um jeito:
ser feliz...
domingo, 7 de setembro de 2008
Esquadros
EU ANDO PELO MUNDO PRESTANDO ATENÇÃO
EM CORES QUE EU NÃO SEI O NOME
CORES DE ALMODÓVAR
CORES DE FRIDA KAHLO, CORES
PASSEIO PELO ESCURO
EU PRESTO MUITA ATENÇÃO NO QUE MEU IRMÃO OUVE
E COMO UMA SEGUNDA PELE, UM CALO, UMA CASCA,
UMA CÁPSULA PROTETORA
EU QUERO CHEGAR ANTES
PRA SINALIZAR O ESTAR DE CADA COISA
FILTRAR SEUS GRAUS
EU ANDO PELO MUNDO DIVERTINDO GENTE
CHORANDO AO TELEFONE
E VENDO DOER A FOME NOS MENINOS QUE TÊM FOME
PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA
(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE
EU ANDO PELO MUNDO
E OS AUTOMÓVEIS CORREM PARA QUÊ?
AS CRIANÇAS CORREM PARA ONDE?
TRANSITO ENTRE DOIS LADOS DE UM LADO
EU GOSTO DE OPOSTOS
EXPONHO O MEU MODO, ME MOSTRO
EU CANTO PRA QUEM?
PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA
(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE
EU ANDO PELO MUNDO E MEUS AMIGOS, CADÊ?
MINHA ALEGRIA, MEU CANSAÇO?
MEU AMOR CADÊ VOCÊ?
EU ACORDEI
NÃO TEM NINGUÉM AO LADO
PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA
(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
Eu Tinha Medo de Morrer
Agora compreendo:
- era a sensação antecipada
a ti, que já me foras destinada
E eu tinha medo de morrer
Agora,depois que nos encontramos que,
com tão funda ternura nos amamos,
meu coração está em paz...
e até a idéia de morrer não me amedronta mais...
É como se afinal já tivesse cumprido meu destino
e justificado meu viver...Agora...
eu já posso até morrer...
J. G. de Araujo Jorge
sábado, 6 de setembro de 2008
Eu
♫ Zélia Duncan - Catedral ao Vivo ♫
Também eu
Oh! Glória Horta
Sigo o caminho como o rio
Que corre sem misturar-se
Também
Sou nuvem
Sozinha
Sou estrada
Sem bifurcação
Também eu
Sou assim...
Sem parceria
Sem dono
Também eu
Sou cara inteira
Pena, não ser metade...
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Nua
Ana Carolina Composição: Ana Carolina/vitor Ramil