sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Abraço no coração

A ave ferida,
Quem foi que a feriu?

Sentiu-se da vida,

Ou ficou sentida,

Que a vida sentiu?


A ave magoada,

Quem foi que a magoou?

Ou a dor é nada,

Só imaginada,

Ninguém lhe tocou?


Ave fugidia

Não regressa ao ninho?

Ninguém o diria…

Há-de vir um dia,

Mas devagarinho.


E quando chegar,

Asa ante asa,

Virá para amar,

Que é assim voltar

Ao sabor da casa.


Daniel de Sá.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Estou aqui....

Perco as flores, não encontro os versos... Busco o soneto, uma prosa, desesperadamente tento desenhar a palavra que descreva as tranças de sua infância.
Em que tempo ficaram as mãos pequeninas e a doce promessa de que cresceriam entre as minhas?
Em que instante de vida a menininha soltou a minha mão?
Cresceu sem pedir licença.... Negou-me tempo de perceber que já não lhe acalmava o meu colo e tão pouco conseguiria evitar suas quedas.
Estou aqui.Mergulhada em lembranças e com muitas dúvidas... Sufocada entre os rascunhos que não me esvaziam.
Quero fugir de mim . Não posso. Encontrar qualquer lugar que valide os meus passos longe deste ninho vazio.
Permaneço imóvel, falta-me o ar, perco o chão e observo a arrogância juvenil que lhe remete a algum lugar longe dos meus seios que latejam na sua ausência.
Inúmeras foram as noites em claro onde rezei baixinho, uma prece molhada, morrendo de medo de te perder por conta de uma dor de garganta ou febre alta.
Ainda tenho esperanças de que, apesar de ... Tenha observado os meus erros, para que não os repita. E que te valha alguma de minhas verdades. E que descubras rápido que ninguém é o centro do universo.
Impotente e respeitando escolhas, fico aqui, estou aqui estagnada, presa nessa estação, sem poder perceber se faz calor ou frio, porque parte de mim a liberta e a outra parte morre de medo dessa descrença que me assombra.
Pasárgada silenciou... O sabiá chorou. A laranjeira curvou-se de dor. E as flores choram de saudade. E eu ainda estou aqui... Numa busca insana sem respostas, olhando insistentemente para essa ausência de estradas. Apesar de tudo eu não mudei... Foi a minha vida quem modificou.
Ainda vou levar um tempo para arrumar as malas, reaprender a sonhar, encontrar um novo rumo, enquanto isso, tenho que viver nesse mundo sem rostos, até que o dia consiga amanhecer.
O que posso dizer além de?
Ainda continuo aqui.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Elton John - Skyline Pigeon (Com Tradução)

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sábado, 24 de outubro de 2009

Simone- Migalhas

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Agora um soneto - Um beijo no coração de cada poeta - 20 de outubro



Quero um soneto de pura prata

Que poeta algum ousou compor

E adocicar a dor que me maltrata

Com versos melódicos de amor.


Quero um soneto sol de ouro

Brilhante rubi cheio de ardor

Onde o coração já quase louco

Desabroche em flor doida de cor.


Quero um soneto fino de platina

Como o precioso encanto do teu rosto

Que feriu de dor minha retina.


Quero um soneto com adrenalina

Doce soneto denso e descomposto

Como um fresco sorriso de menina


Cristina Vianna ( Revisado por minha poetisa de eleição:Maria Isabel Fidalgo (Lia)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Quero um soneto de prata

Que poeta algum ousou compor

Adocicar a dor que maltrata

No ritmo dos versos de amor.


Quero um soneto de ouro

Brilhante e com ardor

Onde esse coração quase louco

Desabroche como uma flor.



Quero um soneto platina

Como o encanto do teu rosto

Que marcou minha retina.


Quero um soneto com gosto

Doce, leve, composto

Com o frescor de uma menina.

Cristina Vianna

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dolorosa é a solidão dos versos que não te encontram...

Ah os versos de outubro... Tão úmidos.
Em silêncio fecho o livro
Mergulhada em uma vida sem estação.
Tentativa inútil de fechar as histórias que me habitam
Vencer as fronteiras que assombram a madrugada.
O que me divide
Separa-me
Isola.
Busca insana de viver sem você.
Estou presa nesta madrugada de outubro
Sem você
Sem cor
Sem dono
Sem destino
Ou paradeiro.
Mergulhada em todas as palavras que ficaram por dizer.
Já não sei se te choro
Se te escrevo
Se te chamo
Ou te esqueço...
Tudo parece impossível
Intocável
Inatingível
Intransponível...
E eu?
Invisível.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Meu amigo Drummond, recomeçar???


Antes preciso voltar para casa...
Transpor essa fronteira que me separa da vida.
Esquecer os castelos.
Espantar os fantasmas.
Vencer esse cansaço.
Meus temores secretamente duelam dentro de mim...
Ah como gostaria de conceder-me uma nova chance!
Minha fortaleza isola-me até mesmo dos anjos.
Quero sair de mim
Fugir do meu abrigo
Enfrentar-me.
E agora Drummond?
Um dia você acorda e reconhece a história que está vivendo... Difícil suportar.
Vejo a vida escorrer entre os meus dedos.
E não posso deter o tempo fugitivo.
E agora Drummond?
Estou só como nunca estive antes.
Presa numa primavera em prantos.
E agora Drummond?
Quero voltar não sei
Quero seguir não consigo.
E parada não suporto.
E agora Drummond?
Inútil foi minha tentativa de criar um lugar para pousar
Querer estar segura em braços que não me sonham.
E agora Drummond?
Os fantasmas me assombram
As ruínas me alucinam.
Estou perto do lugar que considero a redenção.
E agora Drummond?
Sou ave selvagem sobrevivente a muitos dias de caça, e aquilo que hoje poderia ser um agrado, ameaça-me e assusta como uma espingarda.
E agora Drummond?
Fecho os olhos, tento não pensar em nada que não faça sentido, busco fôlego, ignoro meus temores, subo a montanha mais alta que posso alcançar, e pelos momentos de coragem, meu corpo treme de prazer... E de repente,desperto, olho a minha volta,nada, apenas amplidão...Olho para mim,não me reconheço.
E agora Drummond?
Não compreendo as razões que me levaram a essa escalada suicida.
E agora Drummond?
Sabia ser um caminho sem volta... E ainda assim prossegui.
E agora Drummond?
Olho para o vazio que mora em mim vejo o coração encolhido, estou onde mora o silêncio, e vem o desejo de mergulhar na bruma, testar as asas.
Arriscar-me no derradeiro vôo...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dê-me tua mão

Coração sai pelas mãos,
rasgo a madrugada escrevendo.
Preciso calar os Deuses
Espantar os fantasmas
Arrombar os castelos.
Artistas têm dor
Antes de ter sentido
Desespero
Antes de encontrar o motivo.
Não quero esta cegueira humana
Medíocre e sadia
Quero as pessoas com a terceira mão
Que emanam raios de infinito e esperança.
Dá-me tua mão.
Tão cheia de formas
A inspirar-me tantas letras.
Dê-me tua mão
E seja companheiro desta poetisa
que mora em mim.
Deixe-me segurar a tua
e acreditar que mereço ser poetisa
Por dom ou vingança
Por benção, ou castigo.
Segure minha mão
não permita que me curem
Ou me convertam.
Estamos
por demais separados neste mundo.
Escritor de gaveta
Artistas sem palco
Palhaços sem picadeiro
Nós...
Cristina Vianna.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quero uma vida de estações


Meu tempo de dias brancos (desligado) ultrapassou o limite razoável da tolerância. Mergulhei em meu casulo numa tentativa inútil de ocultar-me. É realmente incrível, como há coisas que só conseguimos enxergar quando estamos numa total escuridão.
Ando inquieta tateando o lugar onde mora o mistério, numa busca louca sem respostas. Onde a solidão e o cansaço me alcançam, enfraquecendo meu sonho.
Definitivamente,ando pensando em rifar meu coração, talvez processar meu cupido, divorciar-me do meu sonho. Se somos o que sentimos,puxa,estou com sérios problemas... Descobri que não importa o quanto somos independentes, fortes,maduros ou guerreiros...Somos apenas metades...E ao concluir isso,uma sensação terrível de impotência e vulnerabilidade nos invade. O coração reclama bem mais do que sua quota de proteínas diárias. Pulsa e vibra,ainda que sua mente esteja atordoada. Você deseja sair do casulo, sonha com braços que não te sonham. E olha para sua vida fatiada em um dia de cada vez... Sem te dar a chance de saber qual será o último. Um dia de cada vez, sem promessas,sonhos ou planos. Então...De repente, você percebe que não faz diferença alguma, se ocupar ou não, um desses dias. Torna-se indiferente sua existência.
Um viver sem significados... Talvez seja essa a maior solidão humana. Saber que nada te espera.
E para piorar, o coração segura o que nos escapa das mãos. Não conseguimos apagar o instante em que o coração deixou apanhar-se para sempre. Não temos a capacidade de prever esse instante,não há aviso prévio,nem mesmo uma razão específica. Apenas percebemos quando a alma começa a desatar, a correr atrás do que não conhece numa entrega sem previsões, numa total escuridão. Como dizia Exupéry,corremos o risco de chorar um pouco quando nos deixamos cativar.
Tudo bem... O inverno começa a fazer as malas. E a primavera já anuncia sua chegada. Preciso crer nesse aceno da vida ,no desabrochar das flores,folhas e frutos.Quero crer numa vida de estações.Despedir-me dessa vida fatiada em dias ,sem promessas,sem sonhos,sem futuro.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quem me dera ser uma caneca de aluminio...

Estou aqui, tentando soltar um grito que não sai pela boca. Com todas essas perguntas atordoantes, sem uma única resposta.
Quem me dera que a dor escorresse por meus dedos... Me olhasse nos olhos, e pudesse enfrentá-la.
Hoje descobri como é ser um copo descartável... Perdi a luta contra a era dos descartáveis.
Estou fora do tempo... Sou um acidente do destino. Elejo coisas e pessoas como quem vive no planeta do pequeno príncipe. Agora compreendo, porque ele vivia tão só.
O meu maior pecado foi ter coragem para atingir a terceira margem, e ninguém pode voltar depois de alcançá-la.
Recebi a segunda punhalada, que ironia, um rochedo que sangra. Sim. Permaneço lúcida. E todas as coisas estão no mesmo lugar. Entretanto, tudo parece tão diferente.
Minha fuga é correr nas lembranças... Upa de Grupe, esse era o nome do meu maior amigo de infância, um grande homem , abrigava um imenso coração. Morava embaixo de uma marquise, na entrada daquela velha vila, Pedro Álvares Cabral.
Nunca soube o seu nome de batismo. Ele sempre foi para mim o Upa de Grupe e eu para ele uma menina que se apresentava como Alexandre. Ele nunca perguntou o porque.
Dizia que meus olhos falavam. E que eu preenchia um pouco da sua solidão,que o fazia existir. Dizia ser invisível aos outros. Nunca entendi muito bem sua colocação, até o dia de hoje. Acho que ele alcançou a terceira margem de Guimarães Rosa. Ele apenas parecia um rochedo,mas, o vi chorar algumas vezes,então posso concluir que, conheço rochedos que sangram e choram.
Lembro-me de uma noite em que fugi aos prantos para alcançar o seu abraço indigente, tinha nessa época uns sete anos.
Ele me abraçou e depois de me acalmar, perguntou:
- O que faz chorar minha pequenina guerreira?
Inconsolável, afirmava:
-Não quero crescer e ser como eles. Não quero. Deixe-me seguir com você. Tenho medo de um dia acordar e que você não esteja mais aqui.
Agora entendo aquele olhar úmido, e suas palavras.
- Não pode me seguir, não vou a lugar algum ... Nunca vai me perder, a menos que escolha me esquecer. É você quem vai precisar partir.Enquanto eu viver,jamais vou esquecer que fui amado por uma menininha valente de cabelos cacheados,e olhos sorridentes, que teima ser chamada por Alexandre.
Nunca será como eles... E quando perceber isso, lamento não poder estar contigo nesse dia para te abraçar. Mas preste atenção... Não desista. Levante seus olhos e olhe para a vida de cabeça erguida, pague a conta por ser diferente. Não vai ser fácil. Você vai conseguir, precisa acreditar.

Nunca imaginei que estaria tão só nesse dia e invisível. Upa de Grupe não era um profeta, era um cientista da alma humana.
Ah como gostaria de contar a ele de todas as estradas e caminhos que percorri sem medo.
De todas as minhas tentativas insanas e inúteis para que as coisas dessem certo.
De quantas vezes errei tentando acertar. Paguei por cada escolha. E muitas vezes paguei mais do que devia. Os tais juros injustos. Classificaram minha humanidade - burrice. Minha coragem de loucura. E minha transparência tornou-se imoralidade.
Upa de Grupe foi um matemático, um grande professor, não tenho idéia de qual classificação o tornou um indigente graduado. Ensinou-me a tabuada, o jogo de xadrez e os segredos das equações, lia como ninguém os meus olhos, e por muitos anos foi o meu verdadeiro lar, o meu aconchego, meu herói, meu abraço e profetizou os meus passos.

Penso que ele sempre suspeitou que um dia eu também me tornaria invisível. Posso arriscar que já estava equacionado que o dia de hoje chegaria.
Se pudesse correr para aquele abraço, sei que conseguiria ler o que meus olhos gritam:
- Por que não consigo ser como a grande maioria? Por que não consigo aprender esse jogo?
Por que estou mortalmente ferida e não conseguem enxergar?
Por que não consigo soltar esse grito que me rasga o peito e dilacera a alma?
Por que ainda estou aqui? Por que não percebem que rochedos também sangram?
Upa de Grupe preciso chorar como criança, mas meus olhos continuam secos, não estou com medo, trocaria o que sinto por um hematoma, um corte, uma saudade, um amor perdido, qualquer coisa...Estou cansada e descrente.
Sinto-me um copo descartável... Agora entendo as razões pela qual respeitava tanto sua velha caneca de alumínio. Quem me dera ter a sorte de nascer uma caneca de alumínio.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

RIO E CANOA 0001

Essa canção é uma homenagem há alguém que tornou-se fundamental em minha vida.
Também estou tentando resolver esse dilema...Onde a cena cresce mais que seu autor.
Se a vida nos prega essas peças, como as chuvas de verão...
Se realmente estava escrito que haveria outra pessoa, vou colocar minha vida e o sonho nessa canoa e deixar que o rio siga seu curso natural. Vou abandonar os remos...E acreditar na vida...


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um brilho novo.


O brilho novo é necessário
quase como um sintoma.
Os teus olhos me fizeram tanto bem
Devolveram-me a calma
que tanto precisava
Devolveram-me a alegria
de poder dizer: Estou amando!
O brilho novo é necessário
quase como um sintoma
E o novo é lindo!
Tão lindo quanto você.
Sim.Você é lindo!
No seu jeito calmo e simples de dizer
qualquer doçura
No seu jeito meigo e doce de fazer
qualquer ternura.
O brilho novo é necessário
quase como um sintoma
E você
curandeiro e salvador
do meu coração
Esquecestes de sair de dentro dele
Graças à Deus!
Agora que entrastes...
Trancarei todas as portas
Passarei todas as trancas
te direi baixinho ao pé do ouvido:
Dorme tranquilo dentro do meu coração
Enquanto persistir o brilho dessa chama.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aguardando o milagre...


Passamos da metade do ano... E apenas hoje,me dei conta disso.
Estou aqui, novamente aceitando o convite para uma partida de xadrez.
Preferia mil vezes a suavidade de uma valsa, porém, tenho estado longe dos salões.
Lembro-me vagamente de algumas promessas e planos que fiz ao me olhar no espelho um pouco antes de mudar o calendário.
- Tudo bem... Fico com as pretas. Vou jogar na defesa.
Não sei se o tempo está passando rápido demais ou tenho andado com o freio de mão puxado.
Onde estão as mudanças?
Gente perder dói muito... Dói pra valer.
Não falo de uma partida de xadrez.
Perdi coisas essenciais que faziam com que os meus dias fossem bordados num tecido especial.
-O abraço de domingo. Ah o abraço de domingo! Significava: Estou aqui.
Como tem sido difícil amanhecer aos domingos!
- As flores do campo. Por Deus, como sinto falta da doçura das flores do campo! Elas traduziam: Eu te amo... Você é especial.
Olho para o tabuleiro... O que estou fazendo?
Deixei meu cavalo mais vulnerável do que meus piões. O bispo humilhado e a torre rachada. Não consigo concentrar-me.
Estou concluindo que junto com as flores desapareceram as surpresas, as canções, aqueles telefonemas fora de hora e relâmpagos, os emails coloridos, os bilhetes, os corações desenhados no embaçado do espelho.
Os livros silenciaram... E o coração de tão quieto parece morto.
Grito com a minha rainha: Amar é contra lei. Você está perdida. Ninguém deseja uma rainha com emoção. Concentre-se e cuide de seus passos: pretos e brancos.
Ignoro o seu olhar de decepção. Aceito a partida para continuar em movimento.
Não sei por onde andei todo esse tempo... A única certeza que tenho, é que ando em descompasso com o destino. E que preciso de um novo caminho, pois a poesia agoniza no tabuleiro, o sonho enfraqueceu. Percebo que vou desaparecer com eles.
Conheço os acenos dessa vida previsível.
Estou em xeque... Já não me importo.
Ainda posso prolongar a partida.
Enxergo claramente o tabuleiro, vejo a poesia escorrer pelos olhos do rei, tão vulnerável e sonhador... Faço silencio. Duas manobras e estará liquidado.

Esqueço as lágrimas do rei vencido,
Prendo meu olhar insistentemente na esquina onde dobraram as últimas flores, rezo baixinho na esperança que acorra um milagre... que o destino volte a sorrir pra mim.
Preciso acreditar que uma hora dessas, vou ouvir os sinos, vou ganhar uma nova “nossa” canção, versos quentes sussurrados ao pé do ouvido, que reapareça o bruxo dos meus sonhos de menina, que surja em brasas o cavalheiro dos meus pensamentos insano, um convite para pescar siri, andar descalça na areia, tomar banho de chuva e namorar.
Aguardo o olhar, aquele olhar que devolve a vida, que faz com que um dia seja diferente do outro.
Que te faz contar as horas, brigar com o relógio, dirigir cantando, tecer versos de madrugada, ou planejar uma viagem.
- Xeque-mate... Que diferença faz???
Eu ainda creio em milagres.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um sonho com olhos de mar... Maria Eduarda


Nós te sonhamos
E Deus nos permitiu presenciar o milagre...
Você mergulhou na vida numa tarde de inverno
E a partir daquele instante tudo ganhou um novo sentido.
Ah como desejei que o mundo estivesse diferente para te receber !
Até entender que, ainda que suas mãos sejam tão pequeninas
Carregas nelas, sua parte de contribuição para uma vida melhor.

Renovas a minha fé na vida, quando me abres teus braços pequeninos e puros
Renovas minha crença no amor quando me olhas com esses olhos de mar
E abre esse sorriso fresco de primavera.
Trazes consigo força e alegria do verão
E a serenidade do inverno.
Ainda que tudo pareça não fazer sentido
O sentido se faz ,quando observo sua persistência em equilibrar-se em pequenos passos.
Podem até parecer vacilante
Mas são os mais persistentes que presenciei nos últimos anos.
Mãos pequenas e inquietas
Curiosas e cheias de vida.
Olhos atentos repletos de alegria.
Um ano e vejo o milagre repetir-se:
A renovação da vida.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Uma alma passional...

Ah se conseguisse derrubar as fronteiras!
Ah se pudesse vencer-me!
Faria o que meu corpo suplica
E meu coração ordena...
Repousaria minha vida
Junto a sua.
Viveria cada instante
Desmesuradamente até nos esgotarmos...
Ignorando o tempo
Pouco importando se durasse, horas ou décadas
Se num frágil interstício do tempo
Uníssemos verdadeiramente nossos universos.
Minh’alma não obedece meu corpo
Tão dependente dos seus afagos
Que senti sua ausência como mutilação
Amo o que não vejo
Sinto o que não toco...
O relógio provoca-me
Assusta-me a distância.
Resta-me a noite
Onde sou fênix em seus braços...
Cristina Vianna


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Por que me prendes no seu olhar se não posso ser sua?

Entrego meu olhar à saudade
Evito o encontro dos meus olhos nos seus.
Ouço sua voz
Minha’alma se agita.
O tom das suas palavras me chama
E o significado me afasta.
Tenho um grito preso na garganta
Sufocado e aflito
Como um pássaro selvagem
Que acabara de perder sua liberdade.
Atordoada
Debato-me
Falta-me o ar.
Detenho a insanidade...
As palavras agonizam em minha mente
E minhas certezas
São as fronteiras que não posso vencer.
Minhas mãos inquietas
Tateiam o ar
As suas tão próximas
Sem que eu possa alcançar...

Cristina Vianna

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Um duelo de versos

Deveria ser assim uma briga de amor.
Nunca um xeque-mate...
Poupe o Rei
Deixe em paz a Rainha.
Medo de ferir
Ou de ferir-se
Ó Torre!
De possuir
Ou ser possuído
Cavalos!
Vencer
Ou ser vencido...
Pião!
Tantos os caminhos incertos...
Pobres bispos!
Minha vida presa nesse tabuleiro.
Brancas
Pretas...
Minha vida atada a uma escolha.
Não quero vencer...
Duelar sonhos
Fazem maior minha angústia
Uma parte quer voltar
Outra quer seguir em frente
E eu aqui
Parada
Estagnada
Com a vida presa por fios
Cautelosos...
Não há paz na paixão...
Não há estratégias.
O que está acontecendo?
O que você está fazendo?
Vou ter que te deixar...
Cristina Vianna

domingo, 26 de julho de 2009

Por que????

Ah por que tanta coisa
Tantas marcas
E esse olhar triste que busca migalhas de amor?
Por que te escondes atrás de um sol sem brilho
E caminhas por estradas incertas?
Se a ferida ainda dói
Maior é a dor de não poder gritar.
Se a desilusão te faz chorar
Maior é o choro do arrependimento.
Esmaga o sonho do passado
Enxuga a lágrima da saudade
Deixe que bata forte em seu peito
A força de um novo amor.
Se o temporal aparecer
Olhe para dentro de si
E não procure a tristeza
Faça silêncio
Porque tão logo
Tudo passará...



sexta-feira, 24 de julho de 2009

Discutindo relacionamento com o meu sonho...(rascunho)


-Meu docinho
-Posso explicar... Escute minhas razões, não vou tentar os matemáticos e físicos.
-Vou pegar um espelho, pode ser que isso facilite um pouco nosso entendimento.
- Não pode me julgar sem se auto condenar. Afinal, somos feitos do mesmo tecido.
Credo !!! Foi a resposta do meu sonho.
Nossa essa foi forte, vou tentar abstrair e dar um desconto, afinal... Sei que está mesmo magoado comigo. E o momento exige cautela.
-Querido
-Não sei ser de outra forma... E ninguém pode ser julgado por fazer o melhor que sabe ser.
Ele me ignora...Nem sequer olha wem minha direção...Preciso respirar fundo... Tentar encontrar qualquer palavra que tenha força para transpor essa fronteira. Conheço sua sensibilidade e uma bola fora seria definitivo nesse momento.
Arrisco:
-Podemos tentar separados... Entretanto, a vida perde sua parte milagrosa quando te afastas como agora... Por que me viras o rosto, enxergo apenas uma longa e ampla estrada, todas as flores parecem comuns,e o mar passa a ser obstáculo,deixa de ser mistério.
-Já não faz diferença a soma do tempo. Ou a velocidade com que ele corre.
Penso que isso faça diferença não é?
Ele nem sequer me oferece a chance de encontrar seus olhos. Está zangado como se eu fosse à única culpada por alguém não estar pronto para nos acompanhar.
Acusa-me sem reservas, sem a menor sombra de doçura,e sua voz possui um tom duro e seco:
- Você estragou tudo. Eliminou minhas pequenas chances... E depois, tenta enganar-me com as leis da física e... Anda agora a discutir Lavoisier. Não vou cair nessa,preste atenção: Não vou cair nessa. eu estava lá, de mãos dadas contigo, naquela tarde chuvosa.E o que você fez???
Ainda um tanto pasma com tamanha dureza na acusação, respondo:
-Sim. Você estava lá comigo. O que não sabe, é que naquela tarde eu só estava lá porque me destes as mãos. Sem você, não enfrentaria o primeiro olhar, correria de medo quando o sino tocou a primeira vez.
Ele interrompe sem paciência, minhas palavras parecem não surtir efeito algum...
-Você correu... Tenho certeza que estava distraída no primeiro toque,bastou um pequeno descuido , você vestiu a armadura e fugiu,ignorando qualquer desejo meu.
Agora sou eu quem precisa impedi-lo de prosseguir... Temo que ele jogue algumas afirmações que nem o tempo consiga dissolve-las.
Digo:
-Tudo bem.
Ele já conhece esse “tudo bem” quando não está nada bem... –
-Confesso que fugi. Morri de medo depois do seu discurso.
-Os sinais me pareceram tão conhecidos.
- E penso que não precisava derramar-se em versos, explodir como um vulcão, arder em brasas de amor. Afinal estava chovendo e perdestes para um guarda chuva. Fiquei ali, com cara de paisagem, tendo que ler os resultados dos seus impulsos, e ainda assinar em baixo por fidelidade. E quando me virou o rosto e deixou-me só, naquela situação, num tempo real sem sua presença, chorei como criança que não sabe voltar para casa. E desde aquela tarde, tenho tentado convencer-te de que erramos o alvo, mas se nos separarmos, nem mesmo isso, acontecerá novamente.
Agora ele me olhou de verdade. Seus olhos já não estão opacos. Isso me encoraja a prosseguir embora esteja com medo...
- Sempre ouvi dizer: Não desista dos seus sonhos. Mas, não sei o que fazer nesse caso, onde fora o sonho quem desistiu de mim.
Percebo que ele desejou tocar meu rosto. Mas, continua calado, talvez, esteja a espera que eu diga algo que venha contradizer-me, o momento é delicado, estou emocionada por demais para encontrar uma argumentação lógica. E ele está ali a dois passos dos meus braços, com aquele olhar de quem espera que eu diga a palavra certa. A palavra que nos salve, ou nos resgate. Por Deus, não encontro a tal palavra que vença essa distância enorme de dois passos. Aguardo um milagre. Ou melhor... Nós dois aguardamos por um milagre que nos permita com partilhar essa dor de termos falhado... Talvez esse seja o segredo. Admitir que erramos juntos.
Vejo que ele está tão triste quanto eu, preciso reunir forças para quebrar esse silêncio...

- Nunca poderei esquecer o que uma gota de orvalho escorrendo preguiçosa pela folha da laranjeira numa manhã provoca-me aqui dentro, só porque está ao meu lado. E como o canto de um Sabiá pode ser diferente e único quando me abraça a alma. Não posso viver sem ter você comigo. Já não sei afirmar onde começas ou onde termino. Se me deixar, leva contigo minha vida de histórias. Os livros certamente vão emudecer. E a poesia será um conjunto gramatical. Meu coração passará a ter média e parâmetros para pulsar... Vou ter idade cronológica, e nunca mais conseguirei vencer distâncias físicas.
Escuta:
- Você é minha leveza de viver. E porque me despertas, tenho um amanhecer com orvalho, laranjeira e canto de Sabiá. Se me deixar... Vou adormecer por dentro.
-Hei. Conheço esse olhar de menino.
-Pode falar. Prometo ouvi-lo...
Ele agora está me olhando nos olhos, subtraiu um passo. Pressinto que seja um bom sinal. Ele vai falar...Ele vai falar.

-Não me arrependo de entregar-me em versos, ou por arder de amor, te deixei por uns instantes porque senti que errei na dose, contei que pudesse consertar a situação,acreditei que não correrias como uma fugitiva, afinal estava tão empenhada naquelas equações matemáticas, achei que encontraria um denominador comum naquela questão. Não imaginei que o valor do X, te faria saltar poças, e muito menos encharcar meu ombro com uma chuva salgada...
Ameaço falar...
-Ainda não acabei.
-Estou quase acreditando que erramos o alvo... Mas...Aprendi aqueles versos contigo...e ...acreditei no mar calmo e encantei-me com o mar bravio,entende???
-Podemos pensar nisso como um bom ensaio, o que acha?

Ele sorriu de canto...Quase me tocou...Preciso reconhecer que está com a razão.

-Penso ser uma boa saída.
-Sim. Vamos ter outras tardes chuvosas, e vou prestar mais atenção nos guarda-chuva, jamais enfrentarei outro tão simpático.

Por Deus, acho que peguei pesado com a tal história do guarda-chuva.Preciso tentar desfazer isso...

- Esqueça o guarda-chuva. Não lembro onde ele estava e muito menos se tinha bolinhas. Falei para te neutralizar. Para chamar sua atenção para os meus olhos. Mexer com o seu ego de sonho.
Nossa! Não estou gostando agora de sua expressão...Ele recuou um passo.Parece indignado.
- Então usou um golpe baixo e confessa que me conhece o bastante para usar armas sutis?
Agora realmente tenho certeza que está bravo...
- Por favor, estava longe dos meus momentos criativos e você durão demais nessa história.
- Eu durão? Primeiro perco atenção para um guarda chuva e depois sou classificado : histérico, impulsivo, excessivo, e ainda ser péssimo em alvos. Estou demolido.
Nossa! Não é nada fácil discutir relacionamentos com um sonho... Ele não deixa passar nada.
- Docinho... Também está navegando aqui nas minhas sinapses, a ideia de que corri muito rápido do valor do X. Estou frustrada por reconhecer que está certo nessa afirmação. Também posso lembrar que não consegui saltar as poças, até tentei pular, mas, acertei todas que estavam no caminho, também tremi de frio e dor, não por errar o alvo, mas por temer que desistisses de estar em minha vida. Chorei no seu ombro por saber que poderia confiar em ti. E fosses gentil.
-Agora, vamos lá, segure minha mão com força, vamos pensar que foi um bom ensaio, e que na próxima vamos acertar. O que acha? Chegará o dia da estréia.Vamos estar afinados.
- Suas mãos estão quentes. Quem sabe não possam desenhar versos novos ??? Para o caso de novos ensaios... Precisamos aprimorar a performace...Uns bons versos ajudam...Vamos lá...Não somos uma dupla tão ruim asim...Falou sério sobre amanhecer,orvalhos e laranjeiras??? Quer saber o que acho??? Fomos sabotados naquela tarde pela chuva...





quarta-feira, 22 de julho de 2009




segunda-feira, 20 de julho de 2009

Represento meu papel todos os dias...


Vejo tanta gente e tanto asfalto...
E em meio a tantos gases lacrimogêneos
Procuro pelos braços que não me acolhem.
Nem sempre sou essa fortaleza que represento
Sei que seus olhos não alcançam o meu coração
Não lêem os meus.
Suas retinas absorvem máscaras
Fico tão só nessa desordem
Presa no inverso do tempo
Luto pelo que quero
Mas nem sempre o que desejo, é o que preciso.
Sei que estou apaixonada demais para esquecer...
Minha vida ficou presa naquela estação.
Cristina Vianna

Você não sabe que te amo...

Tudo começou por um capricho teu,
Eu não ligava... era só sexo.
Mas o sexo é uma atitude,
Como a arte em geral,
E talvez eu tenha entendido e estou aqui.

Sério...estou aqui.

Desculpe, sabe, se tento insistir,
Me torno insuportável, eu sei...
Mas te amo ... te amo... te amo ...
É engraçado... vá lá, é antiquado, mas te amo...

E desculpe se te amo e se nos conhecemos.
A tão pouco tempo
E desculpe se não falo baixo.
Mas se não grito, morro.
Não sei se sabe que te amo.

E desculpe se rio, me entrego ao embaraço.
Olho pra ti fixamente e tremo.
À idéia de te ter do meu lado.
E me sentir somente tua.
Agora estou aqui e falo emocionada.
Sei que sou atrapalhada!
E Também uma apaixonada!

Oi... como estás?
Pergunta inútil!
Mas o amor me torna previsível.
Falo pouco, eu sei... e estranho,
Será o vento, será o tempo... será... fogo!

E estou aqui e falo emocionada.
E sou uma atrapalhada!
Estou apaixonada !
Eu, sim.
Ah, mas te amo.

domingo, 19 de julho de 2009

Hyldon- Na Sombra de Uma Árvore (sem diálogo)

Larga de ser bobo e vem comigo
Existe um mundo novo e quero te mostrar
Que não se aprende em nem um livro
Basta ter coragem pra se libertar
viver e amar
De que me valem as luzes da cidade
Se no meu caminho a luz é natural???
descansar na sombra de uma árvore
ouvindo pássaros cantar...

terça-feira, 14 de julho de 2009

NOITES COM SOL

Verdade... Ouvi dizer que são milagres... Noites com sol.
Estou suplicando ao amor que me conceda: Noites com sol.
Pena eu ser assim... Não saber ser de outro jeito.
Eu sei o que diz a rosa ao rouxinol.
Quero abrir a janela... E ver o sol rasgar a neblina.Me resgatar do silêncio.
Peço aos céus que me permita uma luz que acabe com esse breu,
Alguém que me traga amor. E que encha minhas retinas com esse milagre.
Hei... Venha. Livre-me deste abandono. Apesar do meu coração ter dono.
Sei que posso tentar. Lutar para prender-me a constelações. Estou aguardando o sol.
Já abri a janela. Agora aguardo o sol entrar...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mais um tesouro oferecido por minha amadinha Cristine Santos -




Menina girassol
Menina girassol.
Menina de Pasárgada.
Mulher quando preciso,
Guerreira das palavras.
Fera na defesa dos ideais.
transforma dias em cores,
noites em versos.
Chora para as lágrimas falarem,
Fala porque sua voz tem sede de mundo.
Caminha firmando os pés na terra e no céu.
Seus passos buscam a vida.
Respira para sentir o aroma da poesia.
Apaixona-se porque tem ânsia de amor.
Tem o coração puro,frágil e forte.
Seu olhar tem a força de um vulcão.
E assim vive, expressando sua essência e deixando sua mensagem ao mundo das fadas.
Cris,te amo.Você faz a vida ser mais leve e pura. Que seu dia seja comemorado no mundo encantado.
Da sua amiga Cristine. 01 de julho de 2009
Fille tourne - sol
Fille tourne - sol.
Fille de pasargada.
Femme quand il faut.
Danseuse des mots.
Fauve dans la défense de ces idéales.
Transforme les jours en couleurs,
nuits en verses.
Pleure parce - que ces larmes parlent.
Parle parce - que sa voix a soif du monde.
Marche pour firme ses pieds dans la terre et dans le ciel.
Ses pas cherchent la vie.
Réspire pour sentir l'essence de la poésie.
Reste amoureuse parce -qu'elle a l'anxieté de l'amour.
Elle a le coeur pur, fragile et fort.
Son regarde a la force d'un volcan.
C'est par ça qu'elle vit.
Elle exprime sa essence et laisse sa message au monde des fée.
Cris, je t'aime.
Tu fais la vie être plus légere et pure.
Que ton jour est célébrée dans le monde charmant.
De son amie cristine.