segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ao encontrar "Rae" Lia.







Uma vez li um livro de Milan Kundera(A Insustentável Leveza do Ser) e entre outras havia uma máxima muito interessante que dizia mais ou menos assim:Adormecer ao lado de alguém é muito mais íntimo do que fazer sexo.Podemos fazer sexo com um desconhecido,mas raramente em total consciência adormeceríamos ao lado de alguém que não confiamos.Adormecer significa estar vulnerável,totalmente entregue.é um ato de total confiança quando partilhamos.
Concordo com o autor.
Agora peço emprestado as palavras do Richard para te dizer que :Longe é um lugar que não existe,se queres estar com alguém a quem ama,já estás lá.Os quilómetros não nos separam dos amigos.O amor não reconhece tempo e distância.
A vida é como uma colcha de retalhos,e a minha ganhou uns pedacinhos únicos e mágicos,que vão estar presentes para sempre.
Um montão daqueles beijos barulhentos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, Cris.Quis o destino que eu te aconchegasse.Ou Deus.Ou nossas mães.Ou a arte. Não sei.Sei que foi tudo tão natural como se eu te conhecesse dos confins do tempo.
Depois, enquanto dormias, fiquei atenta às horas e ao teu respirar tranquilo, para que não voltasses a perder o avião...
Ao bocado estava a ouvir uma música cantada pelo dupla, Roberto Carlos e Caetano Veloso e lembrei-me de ti:
"Então vamos, a Teresa da praia deixar/aos beijos do sol e abraços do mar..."
Não sei se já te disse, mas tu foste a personagem mais parecida que conheci com A Gabriela, Cravo e Canela de Jorge Amado "sapato não sr.Nacibe!"
És demasiado autêntica para seres deste mundo,por isso deixas rasto e saudades como o sol de Verão.
Beijinho, primavera espontânea!!!

LIA

Elisabete disse...

Lindas meninas!
E o Kundera tem toda a razão...
Beijinhos

Anônimo disse...

Amigo é casa

Amigo é feito casa que se faz aos poucos
e com paciência pra durar pra sempre
Mas é preciso ter muito tijolo e terra
preparar reboco, construir tramelas
Usar a sapiência de um João-de-barro
que constrói com arte a sua residência
há que o alicerce seja muito resistente
que às chuvas e aos ventos possa então a proteger
E há que fincar muito jequitibá
e vigas de jatobá
e adubar o jardim e plantar muita flor toiceiras de resedás
não falte um caramanchão pros tempos idos lembrar
que os cabelos brancos vão surgindo
Que nem mato na roceira
que mal dá pra capinar
e há que ver os pés de manacá
cheínhos de sabiás
sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis
choro de imaginar!
pra festa da cumieira não faltem os violões!
muito milho ardendo na fogueira
e quentão farto em gengibre
aquecendo os corações
A casa é amizade construída aos poucos
e que a gente quer com beira e tribeira
Com gelosia feita de matéria rara
e altas platibandas, com portão bem largo
que é pra se entrar sorrindo
nas horas incertas
sem fazer alarde, sem causar transtorno
Amigo que é amigo quando quer estar presente
faz-se quase transparente sem deixar-se perceber
Amigo é pra ficar, se chegar, se achegar,
se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer
Amigo a gente acolhe, recolhe e agasalha
e oferece lugar pra dormir e comer
Amigo que é amigo não puxa tapete
oferece pra gente o melhor que tem e o que nem tem
quando não tem, finge que tem,
faz o que pode e o seu coração reparte que nem pão.

Capiba/Hermínio Bello de Carvalho