sexta-feira, 24 de abril de 2009

Lia e Daniel


Sendo assim, vou ter que silenciar por um tempo.
Minhas palavras estão gastas, e os gestos repetitivos.
Preciso de novos rumos, que nasça um novo sonho, ou descobrir novas cores.
Não me ocorre nenhum verso, ou nenhuma prosa. Não tenho me atrapalhado para contar algo engraçado. E o Twingo anda abandonado na garagem. Tenho olhado pouco o espelho, não gosto do reflexo que tem me devolvido. A ilha está chorando compulsivamente há dois dias, assim resolvi secar as lágrimas para prevenir inundações. Não sei como anda o meu botafogo, resolvi deixá-lo um pouco de lado para poupar-me mais frustrações.
Estamos no outono por aqui, e já me encolho em pensar no inverno. Onde tudo parece passar devagar. Embora esteja fazendo alguns planos, quem sabe começar a recolher a lenha para a lareira, e reservar uns bons vinhos, isso ajuda não é?
Devo estar naquele momento em que a vida parece passar em marcha lenta, isso me parece natural, não é a primeira vez. Ou será que só acontece comigo? Vamos lá, não me deixem sozinha nessa. Quantas vezes estamos assistindo um filme no DVD,e no melhor o aparelho resolve travar. É assim com nossas vidas, não é?
Qual o problema? Meu aparelho trava, minha vida às vezes trava também. Nesse caso é mais fácil trocar o aparelho. Embora não concordo em trocar as coisas só porque travam uma vez ou outra. O Twingo apronta comigo muitas vezes e nunca penso em deixá-lo.Ameaço,mas,nada sério.
Por exemplo: tenho meu filme predileto, mas não sei o que aconteceu nas últimas cenas, elas não passam ,quando estou com a criatividade em baixa,costumo ir até a locadora e alugar o tal filme para ver o final. Mas nas outras vezes, assisto-o assim mesmo,só porque gosto de mudar o fim,já que não passa,permito-me criar um final conforme minha miopia do dia. E não descarto o tal filme só porque arranhou no final.
Meus amigos sinto não poder corresponder às expectativas. O que sei,ou espero, é que uma hora dessas... vou ver a vida com seus fios de luz atravessar essas janelas fechadas,e
vou saber que de presente pelos maus momentos,recebo uma vida ampla pela frente.Como uma folha em branco,limpinha e sem rasuras a minha espera. Como aquele revoar das andorinhas no verão. Como diz a Thaís:Mãe não se mexa para não criar problemas.Daí , telefono para meu amigo Gilmar,e ele já afirma:Aposto que não conseguiu ficar quieta.Não, ninguém merece. Agora estou quieta, e é para valer,respirando bem devagar, sem o mínimo ruído. Vamos ver se dá certo.Se ouvirem algum barulho,não sou eu,é o meu coração suspirando,ele anda assim,ou será que é porque fiquei quietinha e então pude perceber ?
Pronto. Lá vem confusão novamente...Vou ignorar... Nâo vou me mexer.

2 comentários:

Ibel disse...

Cris,

Outro texto belíssimo em que abriste o teu coração de forma maravilhosa.
E não precisas nem deves silenciar as tuas palavras,porque elas são poesia que vem da autenticidade de ti mesma, abrindo-te, revelando-te autêntica, doce, maravilhosa.
E não há ninguém que tenha folhas limpinhas na sua vida.Isso é utopia.
Escreve.Mexe-te.Faz esragos.Estás viva para ti e para os que te amam.

Beijos da Lia

Daniel disse...

Pssei aqui para te deixar um beijo, Cristina, e vejo que a Lia já disse o que eu queria dizer-te, mais palavra menos palavra.
Fica,pois, o beijo para ti. Outro para a Lia.