sábado, 11 de abril de 2009

Adagio in G minor by Albinoni

O anoitecer pousava sobre o mar, um espetáculo indescritível. O sol cedendo seu lugar a lua.Olhava para os dois e pensava em nós.Eles encontram-se em breves instantes,entretanto são únicos.Lá estava minha ilha abrindo-se para receber-me.Ao menos o que restou.Já não poderia olhar para trás,tamanha era a velocidade do tempo que nos separa.E tento desesperadamente agarrar esse fio invisível que me mantém presa a ti.Gostaria de transformar meu amor numa flor e entregá-la ao mar, na esperança de que ele a conduzisse ao destino certo,ou que suas mãos estivessem abertas para recebê-la.
Atravessei o labirinto, escalei rochedos, gritei seu nome, movi pedras, sangrei minhas mãos, chorei minha alma e não pudesses me ver. Falei de amor, supliquei por vida, e desesperadamente encostei meu rosto na vidraça do tempo a suplicar um instante meu, mas o tempo recortou minha alma, e pude saber onde a vida começa e termina.
Agora a vida veste-se de saudade. E bem que gostaria de poder chorar por mim e por ti,a minha impossibilidade de alterar o tempo,de dar formas diferentes ao destino.Restam-me o deserto das praias onde a espuma das águas hão de apagar muitas vezes seu nome.As folhas em branca onde hei de chorar-te em versos.Resta-me a esperança de que exista uma vida paralela onde possa ludibriar o destino,e acabar com esse terror de não poder te encontrar nem mesmo nos sonhos...
Cristina Vianna

7 comentários:

Anônimo disse...

Fazes falta.

Anônimo disse...

A ilha ficou triste sem teu riso e sem o Twingo barulhento

Anônimo disse...

Desta vez chorei a sério com o teu texto.
Realmente, o teu olhar doce de menina desesperada tinha ficado nas ilhas...

Cris disse...

Lia meu lar.
A menina desesperada adormeceu ao seu lado tão segura por ser compreendida e por estar certa de ter encontrado seu verdadeiro lar.
Não são necessárias muitas palavras quando o amor é verdadeiro,os olhos falam por si.Quero que saibas que faziam anos,muitos mesmos que não adormecia tão facilmente e tão tranquila.Pude vislumbrar o quanto seria mais feliz se pudesse partilhar mais vezes esses momentos.
Obrigada por existir e por me entender mesmo quando não preciso emitir nenhuma palavra.
Você é um lar verdadeiro,o aconchego ,o abrigo,uma luz,é paz,e existe algo mais importante do que isso nesta vida?
Te amo.

Anônimo disse...

Minha pequenina gigante.
Não pertences a esse mundo,e muito menos a alguma ilha.e todas vão te receber.
Infeliz é aquele que não agarra a flor.O mundo em desacerto.Quisera que fosse a mim que enviasses a rosa.acontece que esses desacertos sempre me ferram.bom saber que voltou,ainda que não tenha te visto,temi que não retornasses.
teu chocolate esta comigo está será senha para descobrir quem te fala agora.

Anônimo disse...

Todos nós somos responsáveis pelas flores que cultivamos. Não fui capaz de cultivar a minha.
A única flor que existe neste mundo e em outros também eu deixei murchar
O pior de tudo é não enxergar enquanto murchava. Tantos foram seus pedidos de socorro, súplicas, lamentos e mesmo assim, olhando apenas para meu próprio umbigo, deixei-a a mingua.
A pior dor não foi perdê-la, mas sim somente agora vê-la murcha. Tenho certeza que ela encontrará algum jardineiro que a fará brotar, novamente, viçosa, bela, com vida. Vida esta que não encontro mais em seus olhos.
A pior dor é olhar para os olhos dessa flor e vê-los tristes, opacos, sem alegria, sem vida.
Rezo para que encontre alguém que faça você feliz.

Dora disse...

Olá Cris, amei teus textos! Come é bom ter contatos com o que há de mais lindo, de pessoas iguais a nós, na inspiração e sensibilidade. Sempre que eu puder, darei uma olhada aqui. Beijos poéticos.Dora