quarta-feira, 27 de maio de 2009

Meu querido escritor



Seu livro nunca esteve catalogado em minha biblioteca, mesmo porque, ele foi emprestado.
Não sei se algum dia vou conseguir ter outro título, e descobrir das palavras que cortastes nesse.
Sei que essa carta não chegará ao seu destinatário, porque não sei para onde enviá-la.
Gostaria muito que soubesses que ao abrir seu livro, aconteceu algo extraordinário. Encontrei bem mais que uma narrativa coerente.
Ah como gostaria de te dizer da alegria de nosso encontro! É verdade, ainda que desconheças, nos encontramos, ainda que não saibas que existo.
Posso descrevê-lo e até mesmo adivinhar o som da sua voz.
Não tenho idéia do espaço que ocuparás em minha história daqui em diante, o que sei é que hoje encontrei alguém que procurava por toda a minha vida. Sei que isso não parece comum, talvez não seja, entretanto li os interstícios, as entrelinhas, e até mesmo as palavras que cortastes, e tenho certeza que estiveram por lá, posso pressenti-las.
Percebi as intenções, nem de longe é uma narrativa simples. Ela é densa e roubou-me muitas horas de reflexão. Lembra-me uma peça teatral, onde o ator tem um texto, mas sua intenção emocional é outra, ele fala, mas o corpo conta outra história. Isso é fantástico. Sei que te contas através das personagens, e isso foi o que me fascinou. Pude te construir aos poucos e foi então ficando denso e real.
Muitas vezes penso ter ficado obsessiva, pelo número de vezes que reli esse livro, embora seja um exercício muito agradável. Acho melhor consertar esse termo e trocá-lo por compulsiva. Não tenho a pretensão de complicar-me.
Aos poucos percebi o que aconteceu. Nossa, matei a charada. Fiquei ávida de você, como quem está diante de um espelho. Pronto. Posso te descrever. Existem dois homens ai dentro, um que te mostras e outro que deixas escapar, são os sinais. Sei que não estás inteiro nessa obra e isso é o que mais me inquieta. Essa vontade quase incontrolável de conhecer a outra parte.
Se soubesses o quanto tens andado em minhas mãos e pensamentos. A distância que suas idéias percorreram.
O livro pulsa, traz consigo a alma do autor. É isso um livro com alma, isso não é comum.
Um livro que fala capaz de te inquietar.
Um livro com olhar. Que te rouba a alma e te invade sem pedir licença.
Fico pensando se o escritor tem a noção de que pode interferir em outras vidas com as coisas que derrama. Não me parece que escrevas para receber aplausos. Assim como tenho a certeza que não houve a menor pretensão de invadir minha história.
Estou naqueles momentos de escolha, consciente de que essa decisão pode mudar meu destino. Não é uma simples escolha.
Posso devolver o livro e procurar não pensar mais nisso. Ou, posso lutar para que essa carta chegue as suas mãos.


6 comentários:

Elisabete disse...

Simplesmente divino...

Anônimo disse...

Querida Tereza Cristina

Guardo aquele livro que me ofertou em sua formatura, onde dizias ser minha fã. Aquele gesto validou minha carreira de professora. Fez toda a diferença, vindo de ti. Fosses minha melhor aluna, uma criatura surpreendente. Sempre tive a impressão de que desconheces seu potencial. Aprendi muito consigo Tereza, também sou sua fã.
Fosses um grande desafio para minha carreira, em muitos momentos temi desapontá-la.
Soube pelo José que tens esse blog, e suas palavras como sempre chegam direto "na veia". Sei que essa fala é sua. Exprimi bem o que sinto no momento.
Venho lhe dar parabéns e dizer que nunca esqueci as palavras que nos presenteasses na sua formatura. És meu exemplo de mulher. Desejo que esse coração esteja bem ocupado, e que tenhas os cafunés que mereces. Nunca me esqueci de sua avaliação da vida: Os sete dias da semana. Lembras? E nem daquele jeitinho de menina, que encobre uma mulher gigantesca, e a mais guerreira que conheci até hoje.

Professora Deise Aquino.

Unknown disse...

Cris,

Ora aí está uma introdução para o teu livro fascinante.Dá-lhe continuidade que eu vou querer lê-lo de um só sopro.´será um êxito, pelo testemunho deixado pela tua professora.
Beijos, querido"palhaço de Deus"

Anônimo disse...

O que posso eu dizer, que não foi dito pela Elisabete: Simplesmente divino... e pela sua professora: daquele jeitinho de menina, que encobre uma mulher gigantesca, e a mais guerreira que conheci até hoje. Só tenho a desejar que sejas muito feliz.
Beijos
Augusto

Cris disse...

Obrigada querida Elisabete,que bom que gostou,beijos no seu coração.

Olá professora.Nossa! Que honra recebe-la em Pasargada.Estou sem palavras. Sempre serei sua fã.Estive trabalhando por um ano no GAPA,e coloquei na prática o que aprendi contigo,e também fiz palestras.Deixe-me um email,ou escreva para o meu,ainda é o mesmo.
Tenho um novo projeto de pesquisa e acho que vai gostar, é pioneiro,estou trabalhando nisso a dois anos(sigilo absoluto),é sua área"Saúde Pública".Quando publicar os resultados, estaremos com os tais dois passos a frente o que acha?
Um grande beijo minha mestre querida e obrigada pela visita,isso significa muito para mim.

Lia minha qerida,isso foi um rascunho experimental,ainda virão muitos rascunhos.
Viu o que aconteceu por aqui?
Minha pofessora,ela é magnífica,uma mulher extraordinária. Foi minha orientadora de TCC(trabalho de conclusão de curso),além de orientadora de estágios e sala de aula.Por Deus estou sem chão.Nem acredito que isso esteja acontecendo.
E ela ainda lembra das minhas falas.Nossa...Essa foi demais.Outra hora explico sobre a avaliação dos sete dias.
Beijos meu lar.

Augusto
Desejo-te felicidade,e coragem.
Deixe o lápis de lado e escreva sua vida com tintas,e com o próprio punho,acredite,isso faz toda diferença.
Vai lá garoto,não olhe para trás.O tempo não espera por nossos descompassos.Levante a cabeça e olhe para a vida de frente.Tudo tem jeito lembra? Acho que conhece bem minha avaliação dos sete dias não é? Então,ainda acredito nisso.Tente.Pode ser que de certo.
Não precisamos brincar de ser gente grande vinte e quatro horas.
Beijos

Anônimo disse...

Querida Cristina
Sei que mesmo que deseja felicidade, coragem e muitas outras coisas boas, afinal, é a melhor pessoa que encontrei em minha vida e só deseja o bem para as outras pessoas.
Coragem é o que tem me movido, Cristina, e tenha certeza que escreverei de próprio punho a história de minha vida, sem rascunhos; porém sereno e sabendo o que quero (se será uma boa história, somente no final saberei)
Essa coragem que me fez deixar de assinara as mensagens como Anônimo e assinar meu próprio nome.
A cabeça está em pé e vejo a vida de frente, assim como você aconselhou, mas deixar de olhar para trás é impossível, pois relembrar os melhores dias de minha vida eu não vou querer e jamais esquecerei!
Você deve saber que a sua felicidade será minha felicidade também e que você terá o maior espaço reservado em meu coração.
Um grande beijo
Augusto