quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quero uma vida de estações


Meu tempo de dias brancos (desligado) ultrapassou o limite razoável da tolerância. Mergulhei em meu casulo numa tentativa inútil de ocultar-me. É realmente incrível, como há coisas que só conseguimos enxergar quando estamos numa total escuridão.
Ando inquieta tateando o lugar onde mora o mistério, numa busca louca sem respostas. Onde a solidão e o cansaço me alcançam, enfraquecendo meu sonho.
Definitivamente,ando pensando em rifar meu coração, talvez processar meu cupido, divorciar-me do meu sonho. Se somos o que sentimos,puxa,estou com sérios problemas... Descobri que não importa o quanto somos independentes, fortes,maduros ou guerreiros...Somos apenas metades...E ao concluir isso,uma sensação terrível de impotência e vulnerabilidade nos invade. O coração reclama bem mais do que sua quota de proteínas diárias. Pulsa e vibra,ainda que sua mente esteja atordoada. Você deseja sair do casulo, sonha com braços que não te sonham. E olha para sua vida fatiada em um dia de cada vez... Sem te dar a chance de saber qual será o último. Um dia de cada vez, sem promessas,sonhos ou planos. Então...De repente, você percebe que não faz diferença alguma, se ocupar ou não, um desses dias. Torna-se indiferente sua existência.
Um viver sem significados... Talvez seja essa a maior solidão humana. Saber que nada te espera.
E para piorar, o coração segura o que nos escapa das mãos. Não conseguimos apagar o instante em que o coração deixou apanhar-se para sempre. Não temos a capacidade de prever esse instante,não há aviso prévio,nem mesmo uma razão específica. Apenas percebemos quando a alma começa a desatar, a correr atrás do que não conhece numa entrega sem previsões, numa total escuridão. Como dizia Exupéry,corremos o risco de chorar um pouco quando nos deixamos cativar.
Tudo bem... O inverno começa a fazer as malas. E a primavera já anuncia sua chegada. Preciso crer nesse aceno da vida ,no desabrochar das flores,folhas e frutos.Quero crer numa vida de estações.Despedir-me dessa vida fatiada em dias ,sem promessas,sem sonhos,sem futuro.

Um comentário:

Mauro disse...

Agora, vai!!!!!!!!! Até que enfim se libertou das brumas.Isso aí, Primavera e outras coisas.
Beijos.