Quem foi que a feriu?
Sentiu-se da vida,
Ou ficou sentida,
Que a vida sentiu?
A ave magoada,
Quem foi que a magoou?
Ou a dor é nada,
Só imaginada,
Ninguém lhe tocou?
Ave fugidia
Não regressa ao ninho?
Ninguém o diria…
Há-de vir um dia,
Mas devagarinho.
E quando chegar,
Asa ante asa,
Virá para amar,
Que é assim voltar
Ao sabor da casa.
Daniel de Sá.