sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Abraço no coração

A ave ferida,
Quem foi que a feriu?

Sentiu-se da vida,

Ou ficou sentida,

Que a vida sentiu?


A ave magoada,

Quem foi que a magoou?

Ou a dor é nada,

Só imaginada,

Ninguém lhe tocou?


Ave fugidia

Não regressa ao ninho?

Ninguém o diria…

Há-de vir um dia,

Mas devagarinho.


E quando chegar,

Asa ante asa,

Virá para amar,

Que é assim voltar

Ao sabor da casa.


Daniel de Sá.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Estou aqui....

Perco as flores, não encontro os versos... Busco o soneto, uma prosa, desesperadamente tento desenhar a palavra que descreva as tranças de sua infância.
Em que tempo ficaram as mãos pequeninas e a doce promessa de que cresceriam entre as minhas?
Em que instante de vida a menininha soltou a minha mão?
Cresceu sem pedir licença.... Negou-me tempo de perceber que já não lhe acalmava o meu colo e tão pouco conseguiria evitar suas quedas.
Estou aqui.Mergulhada em lembranças e com muitas dúvidas... Sufocada entre os rascunhos que não me esvaziam.
Quero fugir de mim . Não posso. Encontrar qualquer lugar que valide os meus passos longe deste ninho vazio.
Permaneço imóvel, falta-me o ar, perco o chão e observo a arrogância juvenil que lhe remete a algum lugar longe dos meus seios que latejam na sua ausência.
Inúmeras foram as noites em claro onde rezei baixinho, uma prece molhada, morrendo de medo de te perder por conta de uma dor de garganta ou febre alta.
Ainda tenho esperanças de que, apesar de ... Tenha observado os meus erros, para que não os repita. E que te valha alguma de minhas verdades. E que descubras rápido que ninguém é o centro do universo.
Impotente e respeitando escolhas, fico aqui, estou aqui estagnada, presa nessa estação, sem poder perceber se faz calor ou frio, porque parte de mim a liberta e a outra parte morre de medo dessa descrença que me assombra.
Pasárgada silenciou... O sabiá chorou. A laranjeira curvou-se de dor. E as flores choram de saudade. E eu ainda estou aqui... Numa busca insana sem respostas, olhando insistentemente para essa ausência de estradas. Apesar de tudo eu não mudei... Foi a minha vida quem modificou.
Ainda vou levar um tempo para arrumar as malas, reaprender a sonhar, encontrar um novo rumo, enquanto isso, tenho que viver nesse mundo sem rostos, até que o dia consiga amanhecer.
O que posso dizer além de?
Ainda continuo aqui.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Elton John - Skyline Pigeon (Com Tradução)

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