quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um brilho novo.


O brilho novo é necessário
quase como um sintoma.
Os teus olhos me fizeram tanto bem
Devolveram-me a calma
que tanto precisava
Devolveram-me a alegria
de poder dizer: Estou amando!
O brilho novo é necessário
quase como um sintoma
E o novo é lindo!
Tão lindo quanto você.
Sim.Você é lindo!
No seu jeito calmo e simples de dizer
qualquer doçura
No seu jeito meigo e doce de fazer
qualquer ternura.
O brilho novo é necessário
quase como um sintoma
E você
curandeiro e salvador
do meu coração
Esquecestes de sair de dentro dele
Graças à Deus!
Agora que entrastes...
Trancarei todas as portas
Passarei todas as trancas
te direi baixinho ao pé do ouvido:
Dorme tranquilo dentro do meu coração
Enquanto persistir o brilho dessa chama.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aguardando o milagre...


Passamos da metade do ano... E apenas hoje,me dei conta disso.
Estou aqui, novamente aceitando o convite para uma partida de xadrez.
Preferia mil vezes a suavidade de uma valsa, porém, tenho estado longe dos salões.
Lembro-me vagamente de algumas promessas e planos que fiz ao me olhar no espelho um pouco antes de mudar o calendário.
- Tudo bem... Fico com as pretas. Vou jogar na defesa.
Não sei se o tempo está passando rápido demais ou tenho andado com o freio de mão puxado.
Onde estão as mudanças?
Gente perder dói muito... Dói pra valer.
Não falo de uma partida de xadrez.
Perdi coisas essenciais que faziam com que os meus dias fossem bordados num tecido especial.
-O abraço de domingo. Ah o abraço de domingo! Significava: Estou aqui.
Como tem sido difícil amanhecer aos domingos!
- As flores do campo. Por Deus, como sinto falta da doçura das flores do campo! Elas traduziam: Eu te amo... Você é especial.
Olho para o tabuleiro... O que estou fazendo?
Deixei meu cavalo mais vulnerável do que meus piões. O bispo humilhado e a torre rachada. Não consigo concentrar-me.
Estou concluindo que junto com as flores desapareceram as surpresas, as canções, aqueles telefonemas fora de hora e relâmpagos, os emails coloridos, os bilhetes, os corações desenhados no embaçado do espelho.
Os livros silenciaram... E o coração de tão quieto parece morto.
Grito com a minha rainha: Amar é contra lei. Você está perdida. Ninguém deseja uma rainha com emoção. Concentre-se e cuide de seus passos: pretos e brancos.
Ignoro o seu olhar de decepção. Aceito a partida para continuar em movimento.
Não sei por onde andei todo esse tempo... A única certeza que tenho, é que ando em descompasso com o destino. E que preciso de um novo caminho, pois a poesia agoniza no tabuleiro, o sonho enfraqueceu. Percebo que vou desaparecer com eles.
Conheço os acenos dessa vida previsível.
Estou em xeque... Já não me importo.
Ainda posso prolongar a partida.
Enxergo claramente o tabuleiro, vejo a poesia escorrer pelos olhos do rei, tão vulnerável e sonhador... Faço silencio. Duas manobras e estará liquidado.

Esqueço as lágrimas do rei vencido,
Prendo meu olhar insistentemente na esquina onde dobraram as últimas flores, rezo baixinho na esperança que acorra um milagre... que o destino volte a sorrir pra mim.
Preciso acreditar que uma hora dessas, vou ouvir os sinos, vou ganhar uma nova “nossa” canção, versos quentes sussurrados ao pé do ouvido, que reapareça o bruxo dos meus sonhos de menina, que surja em brasas o cavalheiro dos meus pensamentos insano, um convite para pescar siri, andar descalça na areia, tomar banho de chuva e namorar.
Aguardo o olhar, aquele olhar que devolve a vida, que faz com que um dia seja diferente do outro.
Que te faz contar as horas, brigar com o relógio, dirigir cantando, tecer versos de madrugada, ou planejar uma viagem.
- Xeque-mate... Que diferença faz???
Eu ainda creio em milagres.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um sonho com olhos de mar... Maria Eduarda


Nós te sonhamos
E Deus nos permitiu presenciar o milagre...
Você mergulhou na vida numa tarde de inverno
E a partir daquele instante tudo ganhou um novo sentido.
Ah como desejei que o mundo estivesse diferente para te receber !
Até entender que, ainda que suas mãos sejam tão pequeninas
Carregas nelas, sua parte de contribuição para uma vida melhor.

Renovas a minha fé na vida, quando me abres teus braços pequeninos e puros
Renovas minha crença no amor quando me olhas com esses olhos de mar
E abre esse sorriso fresco de primavera.
Trazes consigo força e alegria do verão
E a serenidade do inverno.
Ainda que tudo pareça não fazer sentido
O sentido se faz ,quando observo sua persistência em equilibrar-se em pequenos passos.
Podem até parecer vacilante
Mas são os mais persistentes que presenciei nos últimos anos.
Mãos pequenas e inquietas
Curiosas e cheias de vida.
Olhos atentos repletos de alegria.
Um ano e vejo o milagre repetir-se:
A renovação da vida.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Uma alma passional...

Ah se conseguisse derrubar as fronteiras!
Ah se pudesse vencer-me!
Faria o que meu corpo suplica
E meu coração ordena...
Repousaria minha vida
Junto a sua.
Viveria cada instante
Desmesuradamente até nos esgotarmos...
Ignorando o tempo
Pouco importando se durasse, horas ou décadas
Se num frágil interstício do tempo
Uníssemos verdadeiramente nossos universos.
Minh’alma não obedece meu corpo
Tão dependente dos seus afagos
Que senti sua ausência como mutilação
Amo o que não vejo
Sinto o que não toco...
O relógio provoca-me
Assusta-me a distância.
Resta-me a noite
Onde sou fênix em seus braços...
Cristina Vianna