quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gostaria


Queria compartilhar contigo os momentos mais simples
e sem importância.
Por exemplo:sair contigo para passear,
sentir-te apoiada em meu braço,
ver-te feliz ao meu lado
alheia a todo mundo que passasse.
Gostaria de sair contigo para ouvir música,
ir ao cinema,tomar sorvete,
sentar num restaurante diante do mar,
olhar as coisas, olhar a vida, olhar o mundo
despreocupadamente,
e conversar sobre "nós"
– esse "nós" clandestino
que se divide em "tu e eu"
quando chega gente.
Encontrar alguém que perguntasse:
"Então, como vão vocês?"
E me chamasse pelo nome,
e te chamasse pelo nome
e juntasse assim nossos nomes,
naturalmente,na mesma preocupação.
Gostaria de poder de repente te dizer:
Vamos voltar pra casa...
( Como se felicidade pudesse ser uma coisa a que tivéssemos direito como toda gente)
Queria partilhar contigo os momentos menores da minha vida,
porque os grandes já são teus.
(Poema de JG de Araujo Jorgedo livro – A Sós – 1958 )

quarta-feira, 29 de abril de 2009

mana vivir sin aire

La gente pasa y pasa siempre tan igual

Te extraño más que nunca y no sé qué hacer

despierto y te recuerdo al amanecer

me espera otro día por vivir sin ti

el espejo no miente me veo tan diferente

me haces falta tú.

el ritmo de la vida me parece mal

era tan diferente cuando estabas tú

si que era diferente cuando estabas tú.

No hay nada más difícil que vivir sin ti

sufriendo de la espera de verte llegar

el frío de mi cuerpo pregunta por ti

y no sé donde estás

si no te hubieras ido sería tan feliz.

Tenho estado fora da lei...






Parecer alegre e feliz agora é uma obrigação social, simples como tomar banho.


Temos que pedir permissão para sofrer ou esgotar a dor.


E há uns pesquisadores que acreditam ter descoberto a pílula da felicidade.


Agora compreendo porque estão liderando as vendas.É proibido sofrer...


Até concordo que não deveríamos perder tantas coisas,e que desmoronamentos de castelos são complexos,ainda que tenhas escolhido a implosão.


Perder dói, ás vezes mais do que deveria, não há como não sofrer... Acontece que a dor é o sistema imunológico da alma, ela aciona nossos mecanismos de defesa, e sempre saímos um pouco mais fortalecidos após enfrentar as tragédias. E ainda que seja devastador o sofrimento,ele sempre será proporcional as nossas forças internas,o sistema é perfeito.


Não quero as tais pílulas.Olha aonde chegamos,vendem nas farmácias felicidade sintética.


E agora também descobri que fizeram vários manuais para facilitar nossas vidas, tem um para ganhar dinheiro,outro para atrair a tal felicidade amorosa,outro para modelar seus pensamentos,para entender sua cara metade,e assim vai,tem para tudo,uns até prometem te ensinar a pensar,achei o máximo esse.


O problema é que se fosse eficaz,nunca mais venderiam os tais manuais.São construídos com o mesmo princípio dos medicamentos,arrume um lado e detone outro, assim a farmacologia garante sua sobrevivência.
Não vou pedir licença para sofrer, a dor é minha, e com ela me ajeito. Que venham as multas, desde já, deixo bem claro que não as pagarei,vou protestar.


E não quero que me desejem lucidez para fazer escolhas certas, preciso apenas manter minha força para recomeçar e consertar quantas vezes for preciso.


Deve ser por essa razão que gosto tanto das colchas de retalhos, elas nunca são iguais, e sua maior beleza está naquilo que não combina ou não faz sentido. Entretanto, as mãos que coseram os retalhos carinhosamente, usaram algum parâmetro, ou simplesmente o acaso. E esse é o verdadeiro sentido, o ato da criação. E quem pode julgar o ato da criação?
Não quero uma pílula, preciso de um abraço... Não quero um desses manuais, preciso ser ouvida, assim coloco essa dor para fora e olhando-a de frente, torna mais fácil o duelo. Não preciso de julgamentos, minha consciência já tratou desse assunto. Não preciso de lucidez, já implodi o castelo, preciso de um vendedor de sonhos, ou quem sabe um fertilizante de imaginação, ou que alguém me passe à conversa, assim ficará mais fácil esperar a cicatrização, enquanto não posso juntar os destroços.


Já pensei em jogar o dardo no mapa,e esse seria o lugar onde daria um tempo para a poeira baixar,mas temo que o dardo caia em meio a alguma guerra,e não costumo jogar o dardo duas vezes,é uma questão de ética pessoal.Nesse caso é melhor não arriscar com o dardo.


Já arrisquei com as dinamites e errei no cálculo na área de proteção,até agora não sei se estava muito próxima,ou se a carga foi violenta demais.O que sei é que causou estragos.E algumas estruturas que não estavam na lista de detonação ficaram abaladas.


Fazer o que? Agora já foi. Não há o que fazer... É preciso esperar a poeira baixar, e ver o que dá para reestruturar. Enquanto isso...se alguém conhecer um vendedor de sonhos, favor avisar...Peça-o para seguir a nuvem de poeira,certamente chegará em Pasárgada...

Romaria - Elis Regina

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido
Em pensamentos
Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó
De jibeira o jiló
Dessa vida
Cumprida a só

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida (2x)

O meu pai foi peão
Minha mãe solidão
Meus irmãos
Perderam-se na vida
À custa de aventuras

Descasei, joguei
Investi, desisti
Se há sorte
Eu não sei, nunca vi

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida (2x)

Me disseram, porém
Que eu viesse aqui
Prá pedir de
Romaria e prece
Paz nos desaventos

Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar
Meu olhar

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Gonzaguinha - Sangrando

Eis que você recebe a segunda punhalada e continua lúcida,nessa lucidez sem príncipes e sem sonhos...e enquanto o sangue escorre você não consegui sentir raiva,mas pena,porque os seus olhos não vêem um homem,seus olhos vêem bichinhos humanos,e esses olhos terríveis nunca se enganam,e sabe que recebeu a segunda punhalada porque permitiu,ofereceu a outra face e o amigo do peito te bateu...E te empurraram para longe para viver uma aventura que seu coração não pedia,e você atravessa oceanos porque está morto,e não há chão ou pátria que cubra esse buraco no peito...
Agora tragam-me os ferros em brasa
e marquem meu corpo que eu estou forte.
Estabeleçam leis e eu as transgredirei - todas -
E determinem padrões que eu os romperei.
Cortem minha cabeça.
Eu sobreviverei apenas com o coração.
Glória Horta.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Escrever um livro?

Acredito nas palavras,por isso as escrevo,por isso as leio.
Mas,escolher uma ou outra para condensar num livro?
É como ter que escolher nossa melhor parte...
Achar que esse livro será lido até o final!? Não. Não acredito.
Isso é sonho.
Talvez, o segredo do meu maior sonho.
Olha que tenho buscado nas ciências a resposta,uma explicação para esse sonho me perseguir por toda uma vida. Não sabem o que é ser perseguido por um sonho...
É como se não houvesse outra maneira de viver, que não fosse, a busca para realizar os caprichos do tal sonho... Sonhos são teimosos. E é muito díficil argumentar com eles.
Já tive uma coleção de sonhos, e nesse caminhar,alguns vivi,outros perdi,e muitos esqueci. Porém,esse é o maior de todos, chego mesmo a acreditar que o sentido da minha vida está estreitamente ligado a ele.
Temo deixar de existir se ele se for...Muitas vezes, penso que nasceu e cresceu comigo.Tudo bem, não cresceu muito.Mas,acompanhou-me até aqui. Isso é o que importa.
O ato de escrever,é escrever-se...Esse é o problema. Passei a vida desejando ser lida,inteira.Poucos são lidos,e quando o são,nunca por inteiro. Dediquei-me a ler almas,mas,não encontrei aquela que esperasse por minha leitura...Sei que fui apenas uma estatística...um capricho,como a grande maioria das pessoas são.Não estou sozinha nessa.Mas,isso não diminue em nada minha decepção.Então,passo a respeitar o desejo do livro, dando a ele uma vida própria, independente das vontades do autor.
O livro deseja não ser esquecido em uma estante,e sim pertencer a um leitor guardião.
Ah,se conseguisse acomodar-me dentro de um livro...e se em algum lugar uma outra alma me lesse...e de repente,tivesse a certeza de que veio a esse mundo para me encontrar...
Se fosse capaz de desenhar-me a partir do que escrevo.Uma única pessoa,um único leitor(o guardião), valeria a pena escrever o tal livro.Isso validaria meu viver. Não posso escrever um livro que more numa estante,e não creio que exista um leitor guardião para as minhas palavras.



Claro que ,tratando-se do meu sonho,sei onde ele está.

Posso criá-lo.
Inventar e reiventar quantas vezes necessário for.
Posso crer que pensa em mim quando caminha por Québec,e espera um dia ouvir minhas risadas quebrando o silêncio daquela paisagem bucólica,ou quem sabe , o meu convite para tomar um sorvete,depois de ter tomado uma chícara quente de chocolate para aquecer a caminhada na neve.
Sabe que teimo em não crescer.Recuso-me.

Sou um paradoxo.E que vivo também os interstícios. Possivelmente decora aqueles versos que quero ouvir ao pé do ouvido,e sabe que quando os disser,vou descer do salto, caminhar descalça saltitando pelas ruas,festejando a alegria de estar viva. Ou de ter vivido até aquele momento para ouvi-lo.


Também tem conhecimento que, por vezes, vou olhar as quedas d’água,e ficar muito triste, por a beleza também pode ser triste algumas vezes e por conta da saudade que não me abandona.Mas quando ele disser: Fica .Todo o universo vai conspirar a meu favor.E nunca mais deixarei de sorrir.








Sabe também, que vou fazer caretas no espelho,brincar distraida com o miolo do pão,sujar a roupa na hora de sair,derrubar coisas,tropeçar no vento,acordar cantando,reclamar do frio para ganhar um abraço,fazer manha para ganhar um chamego.
Em outras, vou chorar baixinho as tristezas do mundo,a fome,a dor dos órfãos,a solidão da velhice,a cegueira humana.Entretanto,logo vou estar derrapando na neve, sorrindo e cantando a alegria de viver. E tendo idéias novas todos os dias.As idéias nunca me abandonam.
Vou declamar meus poemas favoritos no meio da praça, subir em qualquer degrau e sonhar que estou num palco.
Alguns desses poemas,aqueles mais atrevidos, vou sussurrar baixinho em seu ouvido,e provocar pensamentos insanos. A vida é sem graça sem os pensamentos insanos. Pense bem, existimos porque alguém em algum momento teve um pensamento insano.
Vou brigar com os autores na leitura dos livros, fechá-los muitas vezes aos prantos por conta do destino reservado as personagens,ou tentar explicar que “o autor”não entendeu muito bem os desejos da tal personagem. Vou me emocionar olhando para a lua,sem estar triste.Dançar pela casa ao ouvir músicas.Colocar perfume na lâmpada,para que ao anoitecer a luz tenha aroma.
E fazer qualquer coisa para vê-lo sorrir quando estiver chateado.E quando estiver bravo comigo,prometo pedir desculpas,seja lá pelo que for...e tentar com beijinhos quebrar o gelo.
Se não funcionar...mando flores,levo café na cama,conto uma piada,limpo a casa vestida de palhaço,e se nada funcionar...ameaço tirar as roupas na rua...
Sabe que algumas vezes, vou mergulhar no silêncio por muito tempo,mas isso não significa nada de especial,ou que algo mudou.Apenas estou colocando as idéias em ordem.

E quando menos esperar, sem hora marcada,e isso não importa se for no meio da madrugada, vou sorrir diferente...caminhar de um jeito especial...balançar meu corpo em sua direção...e nos olhos levar o convite para namorar ao pé da lareira.
E lá estará o tal livro,aquele que escrevi para encontrá-lo,sorrindo.Livros também sorriem não é? Ele já sabe o que vai acontecer... Vou acariciá-lo devagar como quem decora uma face,beijar docemente como fossem os lábios do ser amado,apertar contra o peito,como fosse algo divino,e piscar de cantinho,agradecendo-o, antes de mergulhar nos braços de quem ele me aproximou...















sábado, 25 de abril de 2009

Os sonhos não foram feitos por leis...


Estou tentando racionalizar para resolver a tal equação.

Talvez, hoje tenha mais sorte com os números.

Descobri que estava tentando com a fórmula errada.Eis a questão,me atrapalhei com as fórmulas,isso já era esperado.Mas,o sonho tem me roubado o raciocínio lógico.
Como acredito ser uma matéria exata, recorro à física. Afinal, estou medindo forças, até onde sei, pertenço ao universo, ou seja, devo estar no caminho certo para encontrar as respostas.

O problema agora é saber aonde vou me inserir. Pronto, estou tentando simplificar e de cara, já tenho três caminhos, posso tentar a clássica, mas estou pensando na quântica, e tentada a experimentar a relativista.
Não entendo.Por que esse negócio não pode ser como comprar jabuticabas?
Por quê? Adoro jabuticabas, ninguém vai me perguntar se quero jabuticaba: lima, da terra, ou sei lá o que, porque não existem variações. São deliciosas as jabuticabas por serem doces e simples. Ah, como adoro as simples jabuticabas!
Bom, a tal da física quântica não pode me ajudar, os vetores são pares, e as tais forças abstratas, e no momento estou fugindo dessas forças abstratas. Tudo bem que queira simplificar,mas isso não significa reduzir.Penso que minha reação eletromagnética emitida perdeu um monte para o retorno,o tal espelho não devolveu,apenas refletiu.Ou seja, a probabilidade da minha onda encontrar o porto foi nula. E aí entra o tal dito popular:Morreu na praia.
Tudo bem,digo ao sonho.Quem sabe Newton possa nos ajudar?
Não deu certo... Não sei se por pressa comecei pela segunda lei,ou se exagerei na força.O que sei é que me quebrei,e não acho graça nisso.
Apelei e parti rapidamente para a terceira lei, ação e reação, já nem sei se eu buscava a tal lei, ou se a própria já agia sobre os estragos da primeira tentativa.
Hum... o resultado? A força contrária quase me aniquilou.
Tudo bem, não me liguei que era um trator.
O pior, é ainda ter que ouvir as risadas do sonho. Não está tudo bem, entretanto, decido juntar o que sobrou, e tentar a inércia, as duas possibilidades, primeiro o barco a deriva, nossa quase morri! Sem comentários... Nunca mais jogo fora os remos, com essa realmente aprendi, nunca confiar em ventos, eles nem sempre sabem o que desejam, e aquele vai e vem quase me matou. O sonho não sobrevive a tantas oscilações.Tentei então não me mexer.Anulando todas as forças contrárias que me empurravam para os braços de quem não me sonha.Com isso,foi por água a baixo a tal inércia,as forças tinham valores diferentes.
Frustrada, descubro que não sou a terra, não tenho o poder de atrair o meu objeto de desejo. E para piorar, minha aceleração está no sentido errado do tempo.Não estou na distância terrestre,percebo que minha distância é astronômica.Daí não tem jeito.Resta-me desistir das fórmulas de Newton.Seria colocar a corda no pescoço arriscar um resultado.
Ainda tenho alguma esperança, existe a teoria de Einstein, não é possível que não me encaixe nessa. Tenho a impressão que ela tenha surgido num momento como esse,para explicar o inexplicável,e os sonhos certamente nascem dessa parte do inexplicável, só pode ser lá que brotam para nos enlouquecer,para nos testar o equilíbrio e o tal controle da sanidade.
Esses pensamentos insanos devem morar lá no princípio dessa teoria.
Não há gravidade quando amamos,já não caminhamos,flutuamos como sombras O sonho sorri ,como se a equação estivesse desvendada,e a teoria explica-me que preciso do outro para resguardar a vida do sonho. Desespero-me. Estou sem saída.Penso que talvez seja melhor deixar o sonho morrer. Se ao menos dependesse apenas de mim. ofereço ao sonho a parte que cabe.
Tento falar sobre espaço e tempo.Faço os tais cálculos e o resultado é nulo.
Explico ao sonho sobre a relatividade do olhar.O tal eixo,as perpectivas. Ele não quer ouvir.Nem ao menos tentar entender.Culpa-me.Ignora.Está zangado comigo. Não admite a idéia de precisar do referencial. Ameaça desaparecer.Estou aqui pensando na situação.Apeguei-me tanto a esse sonho,que tem me custado abandoná-lo...Talvez eu esteja naquela listagem dos casos em aberto na física...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Lia e Daniel


Sendo assim, vou ter que silenciar por um tempo.
Minhas palavras estão gastas, e os gestos repetitivos.
Preciso de novos rumos, que nasça um novo sonho, ou descobrir novas cores.
Não me ocorre nenhum verso, ou nenhuma prosa. Não tenho me atrapalhado para contar algo engraçado. E o Twingo anda abandonado na garagem. Tenho olhado pouco o espelho, não gosto do reflexo que tem me devolvido. A ilha está chorando compulsivamente há dois dias, assim resolvi secar as lágrimas para prevenir inundações. Não sei como anda o meu botafogo, resolvi deixá-lo um pouco de lado para poupar-me mais frustrações.
Estamos no outono por aqui, e já me encolho em pensar no inverno. Onde tudo parece passar devagar. Embora esteja fazendo alguns planos, quem sabe começar a recolher a lenha para a lareira, e reservar uns bons vinhos, isso ajuda não é?
Devo estar naquele momento em que a vida parece passar em marcha lenta, isso me parece natural, não é a primeira vez. Ou será que só acontece comigo? Vamos lá, não me deixem sozinha nessa. Quantas vezes estamos assistindo um filme no DVD,e no melhor o aparelho resolve travar. É assim com nossas vidas, não é?
Qual o problema? Meu aparelho trava, minha vida às vezes trava também. Nesse caso é mais fácil trocar o aparelho. Embora não concordo em trocar as coisas só porque travam uma vez ou outra. O Twingo apronta comigo muitas vezes e nunca penso em deixá-lo.Ameaço,mas,nada sério.
Por exemplo: tenho meu filme predileto, mas não sei o que aconteceu nas últimas cenas, elas não passam ,quando estou com a criatividade em baixa,costumo ir até a locadora e alugar o tal filme para ver o final. Mas nas outras vezes, assisto-o assim mesmo,só porque gosto de mudar o fim,já que não passa,permito-me criar um final conforme minha miopia do dia. E não descarto o tal filme só porque arranhou no final.
Meus amigos sinto não poder corresponder às expectativas. O que sei,ou espero, é que uma hora dessas... vou ver a vida com seus fios de luz atravessar essas janelas fechadas,e
vou saber que de presente pelos maus momentos,recebo uma vida ampla pela frente.Como uma folha em branco,limpinha e sem rasuras a minha espera. Como aquele revoar das andorinhas no verão. Como diz a Thaís:Mãe não se mexa para não criar problemas.Daí , telefono para meu amigo Gilmar,e ele já afirma:Aposto que não conseguiu ficar quieta.Não, ninguém merece. Agora estou quieta, e é para valer,respirando bem devagar, sem o mínimo ruído. Vamos ver se dá certo.Se ouvirem algum barulho,não sou eu,é o meu coração suspirando,ele anda assim,ou será que é porque fiquei quietinha e então pude perceber ?
Pronto. Lá vem confusão novamente...Vou ignorar... Nâo vou me mexer.

Emilio Santiago - Saigon -

Tantas palavras, meias palavras,
nosso apartamento,um pedaço de Saigon
Me disse adeus em um espelho com batom
Vai minha estrela, iluminando,
Toda esta cidade, como um céu de luz neon
Seu brilho silencia todo som
Às vezes você anda por aí,
brinca de se entregar,
sonha pra não dormir
e quase sempre eu penso em te deixar e
é só você chegar, pra eu esquecer de mim,
anoiteceu, olho pro céu e vejo como é bom
ver as estrelas na escuridão.
Espero você voltar pra
Saigon.

Esse foi um pedido do Anjo:

"Depois de verdade chinesa, sempre vem Saigon. Será verdade? Não há nada que diga que tem que ser assim.Bjs"

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Eu sem você...

Rubens Alves um dia afirmou que a saudade é o movimento as alma dizendo para onde ela quer voltar.
Penso que talvez seja o momento em que as lembranças desejam sair da memória para acontecer novamente.
Pior é saber que muitas vezes a insônia me persegue por conta do remorso por tudo o que deixei de fazer.

Emilio Santiago - Verdade chinesa - Subt. español

Há aqueles dias em que a vida complica.
A tal equação matemática mais parece uma pegadinha. Ou, o raciocínio lógico, tornou-se lúdico. E vem aquela vontade de fugir de si mesmo.
E a cabeça gira com todas as acusações pelas coisas que deram errado, embora reconheça os esforços, que não foram poucos, para que desse certo. Entretanto, isso não resolve o tal problema matemático.A soma não está dando certo.Então,talvez seja melhor deixar para outro dia ,onde talvez os números entrem em acordo comigo.
Decido então voar para minha terra, meu Rio de Janeiro, terra de gente bamba, e de samba miudinho no pé.
Por lá, quando temos esses problemas com as equações, nos juntamos aos amigos e brindamos nossas perdas com um copo gelado da lourinha. Do lado de lá, há sempre uma porta aberta com um amigo a sua espera.
E hoje faço TUM-TUM na porta do Emilio e digo: Amigo era só isso que eu queria da vida, uma cerveja, uma ilusão atrevida, que me dissesse uma verdade chinesa, com a intenção de um beijo doce na boca. A tarde cai e a noite levanta a magia. Quem sabe Emílio, a gente vai se ver outro dia.
Quem sabe o sonho vai ficar na conversa. Quem sabe até a vida apague essa promessa.
Então ouço quase o resultado da equação, naquela voz grave e doce, com sotaque carioca: Muita coisa a gente faz, seguindo o caminho que o mundo traçou,seguindo a cartilha que alguém ensinou, seguindo a receita da vida normal.
Amigo então responda: O que é vida afinal? Será que é fazer o que o mestre mandou,é comer o pão que o diabo amassou,perdendo da vida o que ela tem de melhor?
Abraço carioca, mão no ombro a conduzir: Senta, se acomoda, à vontade, está em casa, toma um copo, dá um tempo que a tristeza vai passar. Deixa para amanhã, tem muito tempo, o que vale é o sentimento e o amor que a gente tem no coração.
Depois do segundo copo a vida parece diferente,e passamos a acreditar que nenhuma equação ou tristeza resista ao samba miudinho no pé.
Valeu Emílio!



segunda-feira, 20 de abril de 2009

Poema de destroços - Daniel de Sá

"Daniel de Sá faz uma belíssima construção poética com os versos do poeta Eduíno de Jesus.As mãos que bordam ,também colhem e semeiam."

Lembro-me de tudo:

Um gesto a abrir,

rosas branca na haste,

o milagre do pão,

a ternura que deixaste

como um rio desliza,

num silêncio de gumes.

Os adeuses digo,

único passageiro no navio.

levo o saibro das lágrimas,

e vou sozinho.

A guitarra da chuva persiste.

Se eu tinha coração? De ouro...

Quase ia dizendo puro,

uma árvore à beira da vida

Consumiu-o depressa a labareda

neste desolado cais.

No cais da saudade,morre um sonho mais.

a esfumada paisagem,o porto solitário.

depois o imenso,profundo oceano,

enquanto o céu ainda é azul.

Comerei o pão que deixaste

para a minha fome,

uma esmola para o pobre marinheiro.

Haverá um sinal?

Apenas um sinal no céu:

Os deuses que tivemos devorámos.

Coração apagado,

uma açucena na estrumeira.

Pior é morrer

culpado de alguma culpa inocente.

E a noite.A noite,por fim,indiferente.

Daniel de Sá.

João Bosco - Corsário

Ah João!
Meu coração tropical está coberto de neve mas,já nada ferve aqui dentro.muito menos por essa luta injusta ,por ser tão desigual.
Creio que seja bendita essa lâmina que corta e abre sem dividir.Entretanto,não acredito mais nas mensagens.Já enviei todas que acreditei que fossem capazes de vencer o mar,e venceram,mas não foram fortes o suficiente para alcançar as geleiras da vaidade.
Quero mergulhar na solidão do azul,e deixar para o mar todos os devaneios tolos que carreguei comigo.entregar neste mar gelado todas as sementes e grãos para que não germinem.
Não me arrastarei mais até esse mar,e não quero mais avistar suas mãos.
Ainda que permaneça corsário,serei um ,sem o mar.

sábado, 18 de abril de 2009

Quando o Amor Acontece - João Bosco

"O pior é saber que está certeza só acontece uma vez na vida."
Ah coração sem perdão,diga ,fale por mim...Quem foi que roubou toda minha alegria?
É que a dor do querer,muda o tempo e a maré.Um vendaval sobre o mar azul.
Ah quantas vezes chorei!
Quase desesperei e jurei nunca mais seus carinhos...
Ninguém tira do amor,pois é,nem doutor ,nem pajé.
O amor quando acontece,a gente logo esquece o que sofreu.
Ilusão.
O meu coração marcado,tinha outro nome tatuado,que ainda doía.
Pulsava só a solidão.
O amor quando acontece,a gente esquece logo o que já sofreu um dia.Esquece sim.
Ah quem mandou chegar tão perto,se era certo outro engano,coração cigano?
Agora eu choro assim.
Choro sim.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Nana Caymmi - Resposta ao Tempo

Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento

Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei

E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer

Elton John - Sacrifice (Tradução)



METADE
by: Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que tristeza.
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
E que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente
Complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia e a outra metade, é canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também...


mana huele a tristeza

E screvo numa tentativa insana de esvaziar-me
U m verso calmo é o que busco

T ransparente, intenso e único.
E scorrem por meus olhos

A guas cheias de imagens
M ágico mistério dos versos
O ráculo das palavras silenciadas.


Cristina Vianna

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O destino e suas personagens...


Não compreendo esse papel que a vida me reserva...Não sei o que deu errado em meu destino...A razão deste descompasso...A sensação de estar sempre na contra mão.Tudo passa por mim sem que eu possa ter.E parece que todas as horas são tardias,tudo já está completo quando chego.E que não há nada,ninguém ou nenhum lugar a minha espera...

Fico aguardando uma palavra que me devolva o sonho,ou parte dele.Deito em minha cama e recordo o dia em que chamei teu nome,o enfeitei de ternura...fui atendida,você me cobriu com suas asas de prata e quando fui mais feliz,você as recolheu.Sem me dar o tempo para entender o que fiz com suas asas além de apreciá-las,me abandonastes como se nada fosse real.Como um sonho que se descarta ou podemos negar. Ainda fiquei ali sem entender ou acreditar que fosse possível tamanha indiferença,acompanhei cada passo que te levou para longe dos meus olhos.Agora sinto que o amor está morto,e acabo por não saber onde tudo isso me levará.Quando mais precisei...você se foi, negando nunca ter estado comigo.

Por Deus,estou amando um anjo que me nega a salvação e minha dor caminha em mão única sem saber onde meu corpo me levará...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Elton John - Skyline Pigeon (Com Tradução)

Sou ave encolhida no canto do mundo
Presa por muralhas que eu mesma construí
Já não canto
Sussurro um pedido
Quase uma oração:
Deixe-me ir...
Ainda que meu vôo seja vacilante
Ainda que me faltem forças necessárias
Para erguer minha alma do chão
Deixe-me ir...
Mesmo não crendo nos campos de trigo
E que as flores não me surpreendam
Preciso acreditar
Que posso voar para longe desse inverno
que teima em queimar meu peito.
Posso voar sem direção
Não há sonhos a me guiar
Deixe-me tentar fazer a vida amanhecer
Deixe-me ir...
Para viver ou morrer
Não importa
Ao menos tenho que tentar
ir a procura
do meu verdadeiro lar
Antes que me roubem o derradeiro desejo de querer partir
Antes que eu esqueça que sou ave
Que sou livre
Embora encolhida no canto do mundo.
Cristina Vianna

segunda-feira, 13 de abril de 2009

GABRIELA, CRAVO E CANELA

Sapato não Sr.Nagib...
Como adivinhou a história dos sapatos Lia?

Alegre Menina_Djavan [subtitulado español/português]

Lia
Gostoso ser comparada a Gabriela.Imagina ser personagem de Jorge Amado.
Beijos

Ao encontrar "Rae" Lia.







Uma vez li um livro de Milan Kundera(A Insustentável Leveza do Ser) e entre outras havia uma máxima muito interessante que dizia mais ou menos assim:Adormecer ao lado de alguém é muito mais íntimo do que fazer sexo.Podemos fazer sexo com um desconhecido,mas raramente em total consciência adormeceríamos ao lado de alguém que não confiamos.Adormecer significa estar vulnerável,totalmente entregue.é um ato de total confiança quando partilhamos.
Concordo com o autor.
Agora peço emprestado as palavras do Richard para te dizer que :Longe é um lugar que não existe,se queres estar com alguém a quem ama,já estás lá.Os quilómetros não nos separam dos amigos.O amor não reconhece tempo e distância.
A vida é como uma colcha de retalhos,e a minha ganhou uns pedacinhos únicos e mágicos,que vão estar presentes para sempre.
Um montão daqueles beijos barulhentos.

domingo, 12 de abril de 2009

Ana Carolina -- Confesso - Clipe Oficial

Confesso acordei achando tudo indiferente,verdade acabei sentindo cada dia igual,Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante.Quem sabe o amor tenha chegado ao final,não vou dizer que tudo é banalidade,ainda há surpresas....
Não vou pedir a porta aberta é como olhar para trás,não vou mentir,nem tudo o que falei eu sou capaz,não vou roubar teu tempo, eu já roubei demais.Eu tranco a porta
Tranco a porta para todas as mentiras.A verdade ficou lá fora,mas agora a porta está trancada.
A porta fechada me lembra você.A toda hora.A hora me lembra o tempo que se perdeu.Perder é não ter aquilo que era seu....
Vou contar para todo mundo,eu vou pichar sua rua,vou bater na sua porta de noite completamente nua,quem sabe então assim você repare em mim.

Não vou viver como alguém que só espera um novo amor,há outras coisas no caminho onde vou.As vezes ando só trocando passos com a solidão,momentos que são meus e que não abro mão.Já sei olhar o rio por onde a vida passa sem me precipitar e nem perder a hora,escuto no silêncio que há em mim e basta,Outro tempo começou pra mim agora,vou deixar a rua me levar,ver a cidade se acender,a lua vai banhar esse lugar e vou lembrar você...É mais tenho ainda muitas coisas para arrumar,promessas que me fiz,e que ainda não cumpri,palavras me aguardam o tempo exato para falar,coisas minhas ,talvez você nem queira ouvir.
Eu quero te roubar pra mim,eu que não sei pedir nada,meu caminho é meio perdido,mas que perder seja o melhor destino,agora não vou mais mudar,minha procura por si só,já era o que eu queria achar.Quando você chamar meu nome,eu que também não sei aonde estou,pra mim que tudo era saudade,agora seja lá o que for,eu só quero saber em qual rua minha vida vai encostar na tua.

Onde estará o meu Amor

Tardei a chegar
Parti debruçada no destino em descompasso
Venci longas distancias
Numa tentativa insana de aproximar
O impossível.
Murchei ao atravessar tanta água de sal
Como se retornasse do principio do mundo
Vazia e só.
Conheço o abismo de mergulhar em pedras
Onde cada pedaço do meu corpo gemeu.
Como é possível amanhecer numa primavera que não é minha
E adormecer num outono que não me espera?
Tenho vivido o assombro do impossível
E pressinto o naufrágio que me aguarda.
As lembranças estão além de mim
Percorri um traçado invisível
Levando em oferta o maior amor que já senti na vida,
Atravessei palácios à procura do Rei
Enfrentei batalhas
Não fugi aos julgamentos
Não neguei à pena
Venci meus abismos
Cortei minha alma em dois
E agora este abandono
Quebra a parte que me cabe em mil pedaços.

Cristina Vianna

sábado, 11 de abril de 2009

Adagio in G minor by Albinoni

O anoitecer pousava sobre o mar, um espetáculo indescritível. O sol cedendo seu lugar a lua.Olhava para os dois e pensava em nós.Eles encontram-se em breves instantes,entretanto são únicos.Lá estava minha ilha abrindo-se para receber-me.Ao menos o que restou.Já não poderia olhar para trás,tamanha era a velocidade do tempo que nos separa.E tento desesperadamente agarrar esse fio invisível que me mantém presa a ti.Gostaria de transformar meu amor numa flor e entregá-la ao mar, na esperança de que ele a conduzisse ao destino certo,ou que suas mãos estivessem abertas para recebê-la.
Atravessei o labirinto, escalei rochedos, gritei seu nome, movi pedras, sangrei minhas mãos, chorei minha alma e não pudesses me ver. Falei de amor, supliquei por vida, e desesperadamente encostei meu rosto na vidraça do tempo a suplicar um instante meu, mas o tempo recortou minha alma, e pude saber onde a vida começa e termina.
Agora a vida veste-se de saudade. E bem que gostaria de poder chorar por mim e por ti,a minha impossibilidade de alterar o tempo,de dar formas diferentes ao destino.Restam-me o deserto das praias onde a espuma das águas hão de apagar muitas vezes seu nome.As folhas em branca onde hei de chorar-te em versos.Resta-me a esperança de que exista uma vida paralela onde possa ludibriar o destino,e acabar com esse terror de não poder te encontrar nem mesmo nos sonhos...
Cristina Vianna

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fagner DESLIZES (ao vivo)

Tantas perguntas sem respostas...tantas frases ditas pelo avesso.Tantos versos incompletos... sigo perdoando deslizes."Em outros braços tu resolves suas dúvidas e em outras bocas não te esqueço".